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Saúde5 outubro 2018

Médico congolês e ativista iraquiana ganham Prêmio Nobel da Paz 2018

Os ganhadores da edição deste ano do Prêmio Nobel são o ginecologista Denis Mukwege e a ativista dos direitos humanos Nadia Murad.

Quatro dias após anunciarem os vencedores do Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia, dividido entre o oncologista americano James P. Allison e o japonês Tasuku Honjo, os organizadores do evento divulgaram nesta sexta (5) os laureados com o Prêmio Nobel da Paz 2018. Os ganhadores da edição deste ano são o ginecologista Denis Mukwege e a ativista dos direitos humanos Nadia Murad. Entre os 331 candidatos, Murad e Mukwege foram condecorados por seus “esforços em dar um fim à violência sexual como arma de guerra e em zonas de conflitos armados”.

O ginecologista congolês Denis Mukwege dedicou a vida em dar assistência às vítimas de estupro na República Democrática do Congo desde quando fundou o hospital de Panzi em 1999, em Bukavu, capital da província de Sud-Kivu. A instituição contém 350 leitos e foi construída graças ao apoio da Unicef e de outras organizações de apoio aos direitos humanos.

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No local já foram atendidas milhares de mulheres e crianças que sofreram mutilações e lesões graves ocasionadas por violência sexual, principalmente na época da guerra civil no pais. Há anos o doutor Mukwege condena a “impunidade aos criminosos que praticam estupros coletivos e critica o governo do Congo e de outros países por não se esforçarem o suficiente a fim de dar um fim à violência sexual contra as mulheres”.

A ativista Nadia Murad nasceu no Iraque e é uma sobrevivente da escravidão sexual. Em 2014, Murad e outras mulheres e meninas pertencentes à minoria yazidi foram sequestradas e usadas como escravas pelos extremistas do Estado Islâmico, enquanto os homens de sua aldeia foram assassinados após uma investida jihadista na região. Ela foi mantida em cárcere privado e estuprada sistematicamente por diversos membros do califado. Depois de três meses em cativeiro, Murad conseguiu fugir e, desde então, se tornou uma das principais vozes contra o tráfico de escravas sexuais. Em 2016, a ativista foi nomeada embaixadora da Boa Vontade pela ONU cadeira na Dignidade dos Sobreviventes do Tráfico Humano.

Os laureados vão dividir a quantia de 9 milhões de coroas suecas, o equivalente a quase R$4 milhões. A cerimônia de entrega do Prêmio Nobel será realizada no dia 10 de dezembro, em Oslo, na Noruega.

Referências:

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