O Internal Medicine Meeting da American College of Physicians (IM/ACP 2021) é um dos maiores encontros de Medicina Interna da atualidade. Estaremos juntos realizando a cobertura do evento, que devido às limitações da pandemia, está em formato virtual. Neste post, vamos discutir avaliação de risco cardiovascular e imagem, tópicos importantes para prevenção em cardiologia.
A palestra foi realizada no segundo dia de evento, por Donald M. Lloyd-Jones da Northwestern University Feinberg School of Medicine.
Avaliação de risco cardiovascular
O screening cardiovascular é importante para identificarmos os pacientes suficientemente em risco e que se beneficiariam do tratamento, além de permitir comparações diretas de custo/benefício de uso de drogas.
Seguindo o mnemônico CPR
O palestrante sugeriu o mnemônico CPR para abordagem do risco cardiovascular:
- C – Calcular o risco, usando equações de coorte recomendadas (calculadora ASCVD ou versão traduzida do Whitebook);
- P – Personalizar a abordagem: refinar o risco para abordagem individual;
- R – Reclassificar risco em pacientes selecionados. Caso ainda haja dúvidas sobre o risco encontrado ou insegurança do paciente, pode-se considerar o Coronary Artery Calcium (CAC) score e revisar a decisão.
Agora que já calculamos, vamos tratar?
Calcular o risco cardiovascular para avaliar o início da estatina na prevenção primária geralmente orienta melhores decisões. O fluxograma sugerido pelo autor foi inspirado na proposta da AHA.

Para interpretação do fluxograma, vale lembrar alguns fatores considerados intensificadores de risco: história familiar prematura de doença cardiovascular aterosclerótica; LDL persistentemente elevado > 160 mg/dL; doença renal crônica; síndrome metabólica; pré-eclâmpsia, menopausa prematura; doenças inflamatórias; etnia (ex: sul da ásia); triglicerídeos persistentemente > 175 mg/dL.
No acompanhamento desses pacientes, não podemos esquecer também de monitorizar a resposta ao tratamento frequentemente.
Mensagens práticas
- A estimativa de risco cardiovascular em dez anos pode dar suporte às decisões, mas não são definidores de prescrição individualmente.
- Quando for aplicar os scores, deve-se personalizar os fatores de risco na hora da tomada de decisão.
- Caso ainda haja dúvidas sobre o risco encontrado ou insegurança do paciente, pode-se considerar o Coronary Artery Calcium (CAC) score e revisar a decisão.
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Referências bibliográficas:
- Donald M Lloyd-Jones. Palestra realizada no ACP 2021 Preventive Cardiology: Cardiovascular Screening & Imaging. 30 de abril de 2021.
- 2019 ACC/AHA Guideline on the Primary Prevention of Cardiovascular Disease. A Report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2019;140:e596–e646. DOI: 10.1161/CIR.0000000000000678
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