Dissecção aórtica aguda: o que saber? [podcast]

Neste episódio, a cardiologista e conteudista do WB, Sara Ziotti, explica porque a Dissecção Aórtica Aguda requer tratamento imediato.

Este conteúdo foi desenvolvido por médicos, com objetivo de orientar médicos, estudantes de medicina e profissionais de saúde em seu dia a dia profissional. Ele não deve ser utilizado por pessoas que não estejam nestes grupos citados, bem como suas condutas servem como orientações para tomadas de decisão por escolha médica.

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A Dissecção Aórtica Aguda (DAA) ocorre quando há uma ruptura na camada interna da parede da aorta, permitindo que o sangue flua entre as camadas da parede formando uma falsa via ou canal dentro da aorta. Essa falsa via pode se expandir e estender-se ao longo da aorta, comprometendo o fluxo sanguíneo normal e causando complicações graves.

Por essa razão, a dissecção aórtica aguda é uma emergência médica que requer atenção médica imediata. O tratamento pode envolver cirurgia de emergência para reparar a aorta ou, em alguns casos, o uso de medicamentos para estabilizar a pressão arterial e diminuir o estresse na parede aórtica. 

Neste episódio, a cardiologista e conteudista do Whitebook, Sara Ziotti, aborda as características e o tratamento para essa condição.

Epidemiologia

  • A incidência na população geral é de 2,6 a 3,5:100.000 pessoas-ano.
  • Pacientes idosos têm mais dissecção devido a aterosclerose e aneurisma prévio. Já em jovens, decorre de hipertensão arterial e doenças genéticas, com destaque para a síndrome de Marfan.
  • As causas de morte são tamponamento cardíaco, hemotórax, insuficiência aórtica aguda e choque, IAM, arritmias, AVC isquêmico, isquemia mesentérica e insuficiência renal aguda.
  • A mortalidade imediata é aproximadamente 40%, com aumento de 1% a cada hora e mais 5-20% no perioperatório.
  • Após tratamento cirúrgico, a sobrevida é de apenas 50-70% em 5 anos.

Fisiopatologia

A delaminação espontânea da camada íntima ocorre, majoritariamente, devido a uma camada média doente (degenerada ou com necrose cística). É incerto se primeiro a íntima se rompe ou se um sangramento se inicia na média de forma a causar a rotura. Casos excepcionais, com a média saudável, ocorrem nas disseções traumáticas.

O fluxo de sangue passa entre a íntima e a média, ampliando a delaminação (dissecção). O falso lúmen pode progredir, proximal ou distalmente. Essa progressão pode causar insuficiência aórtica (IA) aguda (se acometer o plano valvar, com 41-76% dos casos), tamponamento cardíaco (8-10%) e isquemia de órgãos quando compressão e/ou oclusão de seus ramos (coronárias em até 19%, subclávias, carótidas, renais etc.).

O hematoma dilata a luz falsa, com parede mais fina que a verdadeira, formando um aneurisma com risco de rotura, sendo este maior quando na aorta torácica. O aumento da luz falsa está associado a pressão arterial elevada (PA). Além disso, há um colapso da luz verdadeira devido à diferença de pressão e recuo elástico da camada muscular.

A delaminação é mais frequente na parede superior da aorta ascendente e de seu arco (a falsa luz atinge a coronária direita) e na parede posterolateral da aorta descendente (a falsa luz atinge a renal esquerda e poupa tronco celíaco, mesentérica superior e renal direita).

Saiba mais sobre esta condição ouvindo episódio completo do podcast do Whitebook. Ouça abaixo!

 

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