Enxaqueca: panorama clínico [podcast]

Neste episódio, Johnatan Felipe, editor médico do Portal PEBMED, abordará sobre a cefaleia tensional e migrânea, conhecidas como enxaqueca.

Este conteúdo foi desenvolvido por médicos, com objetivo de orientar médicos, estudantes de medicina e profissionais de saúde em seu dia a dia profissional. Ele não deve ser utilizado por pessoas que não estejam nestes grupos citados, bem como suas condutas servem como orientações para tomadas de decisão por escolha médica.

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A enxaqueca é uma condição neurológica crônica caracterizada por dores de cabeça intensas e recorrentes, geralmente acompanhadas de outros sintomas, como náuseas, vômitos e sensibilidade à luz e ao som.

Neste episódio, o médico generalista e editor-médico do Portal PEBMED, Johnatan Felipe, foca nos cuidados terapêuticos para essa condição clínica. Confira!

Apresentação Clínica

Anamnese

É fundamental caracterizar a dor por tipo, localização, início, intensidade, tempo de ascensão, duração, frequência das crises, irradiação, fatores desencadeantes, de exacerbação e de alívio.

Sintomas associados (náuseas, vômitos, principalmente febre, rebaixamento do nível de consciência, perda de força muscular, disartria e outros); premonitórios; aura; trauma recente; uso de medicamentos; comorbidade; fatores ambientais relacionados; relação com período menstrual e/ou gestação; antecedentes pessoais e familiares; e impacto na qualidade de vida.

Cefaleia Tensional (CT)

Quadro clínico: Basicamente, existem três tipos de CT: a episódica infrequente, em que os ataques ocorrem < um dia por mês; a episódica frequente, em que as crises se manifestam de 1-14 dias por mês; e a CT crônica com dores de cabeça ocorrendo> 14 dias por mês.

Principais características clínicas:

  • A maioria das crises se inicia no período da manhã, e a progressão ao longo do dia é comum;
  • Início noturno deve fomentar investigação adicional;
  • O gatilho mais comum para a dor é estresse físico ou mental, além de desidratação, alteração dos padrões normais de sono, abstinência de cafeína e flutuações hormonais;
  • A CT pode coexistir com a migrânea com aura, com o paciente apresentando tipos distintos de crise.

Migrânea (Enxaqueca)

Quadro clínico

  • Sintomas premonitórios: Sintomas que ocorrem cerca de 24-48 horas das crises: bocejos, euforia, depressão, irritabilidade, constipação, fissuras alimentares e rigidez de nuca;
  • Aura: Cerca de 25% dos migranosos apresentam aura, que pode ocorrer antes ou durante a dor. Os sintomas podem ser positivos – visuais (escotomas cintilantes, objetos geográficos), auditivos (zumbido, músicas) e somatossensitivos (queimação, parestesia) – ou negativos (perda da visão, audição ou da força em determinada região do corpo);
  • Cefaleia: Normalmente unilateral, característica latejante, associada a foto, fono ou osmofobia. O quadro álgico geralmente é acompanhado de náusea e vômitos;
  • Pósdromo: Após a resolução da dor, o paciente sente-se cansado, e movimentações súbitas podem retornar a dor. É normal a pessoa se sentir exausta nessa fase.

Fatores desencadeantes

  • Estresse emocional;
  • Chocolate;
  • Hormônios (estrogênio);
  • Menstruação;
  • Nitratos;
  • Vinho;
  • Aspartame;
  • Privação de sono.

Complicações

  • Status migranoso: Crise com duração de mais de 72 horas;
  • Aura persistente sem infarto é definida por sintomas de aura que persistem ≥ 1 semana, sem evidência de infarto em neuroimagem;
  • O infarto-enxaqueca é definido por uma crise de enxaqueca, ocorrendo em um paciente com enxaqueca com aura, na qual um ou mais sintomas de aura persistem por mais de 1 hora e a neuroimagem evidencia um infarto em uma área cerebral relevante;
  • Convulsão desencadeada por aura de enxaqueca é uma convulsão desencadeada por uma crise de enxaqueca com aura.

Exame Físico

No exame cefaliátrico, é importante a inspeção estática e dinâmica da cabeça e região cervical, além da palpação (e percussão) dos ossos (frontal, maxilar e mandibular), articulação temporomandibular, músculos da cabeça e pescoço, nervos periféricos, artérias (carótida comum e temporal) e globo ocular. Ausculta das artérias carótidas com a campânula do estetoscópio.

 

Saiba mais conferindo o episódio completo do podcast do Whitebook. Ouça abaixo!

 

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