Laringomalácia: principal causa de estridor crônico na infância

Os lactentes com laringomalácia têm maior incidência de refluxo gastroesofágico, resultado das pressões intratorácicas mais negativas.

Este conteúdo foi desenvolvido por médicos, com objetivo de orientar médicos, estudantes de medicina e profissionais de saúde em seu dia a dia profissional. Ele não deve ser utilizado por pessoas que não estejam nestes grupos citados, bem como suas condutas servem como orientações para tomadas de decisão por escolha médica.

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A laringomalácia é a malformação congênita mais comum da laringe e a causa mais comum de estridor crônico em menores de dois anos.

Resulta do colapso das estruturas supraglóticas durante a inspiração e, clinicamente, observa-se estridor inspiratório, de baixa intensidade e intermitente, geralmente após alguns dias ou semanas de vida exacerbado na posição supina, durante o sono, agitação e em vigência de infecções das vias aéreas superiores.

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A suspeita é clínica e para confirmação diagnóstica, a laringoscopia flexível, a broncoscopia ou a laringoscopia direta são algumas das opções.

No que concerne ao tratamento, a maioria dos casos requer apenas observação, pois tende a ser autolimitada, com mais de 90% dos casos resolvidos espontaneamente até os 2 anos.

laringomalácia

Fisiopatologia

Pode acometer a epiglote, as cartilagens aritenoides ou ambas, havendo prolapso da cartilagem sobre a laringe durante a inspiração. Essa obstrução provoca um ruído inspiratório, que pode ser um som agudo, muitas vezes ouvido em outras causas de estridor, sons grosseiros que se assemelham à congestão nasal e ruídos estertores escassos.

Apresentação Clínica

Anamnese

É a causa mais comum de estridor congênito e é a lesão congênita mais frequente da laringe.

A história mais usual é de ruídos inspiratórios que começam nos dois primeiros meses de vida. Podem parecer congestão nasal, mas não há secreção nasal associada.

O ruído é, muitas vezes, aumentado quando o bebê está na posição supino, durante o sono, durante agitação, durante os episódios de infecção de vias aéreas superiores e, em alguns casos, durante e após a alimentação.

Há uma classificação proposta por Holinger:

  • Tipo I: Prolapso de cartilagens cuneiformes aumentadas;
  • Tipo II: Exagero no formato em ômega da epiglote, que é longa e tubular, curvando-se sobre si na inspiração;
  • Tipo III: Colapso anterior e medial das aritenoides na inspiração;
  • Tipo IV: Projeção posterior da epiglote na inspiração;
  • Tipo V: Encurtamento das pregas ariepiglóticas.

Os lactentes com laringomalácia têm maior incidência de refluxo gastroesofágico (resultado das pressões intratorácicas mais negativas, necessárias para superar a obstrução inspiratória) e, em contrapartida, as crianças com refluxo significativo podem ter alterações patológicas semelhantes às da laringomalácia, especialmente no aumento e edema das cartilagens aritenoides.

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Exame Físico

O exame físico revela um bebê em ótimo estado geral, feliz e interativo, podendo haver taquipneia leve. O ruído é inspiratório e o choro é normal. Um choro anormal sugere patologia nas cordas vocais ou próximas delas.

Nos casos moderados e graves, pode haver presença de tiragens respiratórias, cianose e baixa SpO2 na oximetria de pulso. Acompanhar o ganho de peso dos pacientes.

Deve-se avaliar com cuidado:

  • Cavidade oral: Investigar as presenças de fenda palatina, glossoptose, sequência de Pierre-Robin ou micrognatia, que podem piorar os sintomas respiratórios;
  • Fossas nasais: Avaliar presença de atresia de coanas;
  • Região cervical: Avaliar existência de tumores cervicais e presença de hemangioma (aumenta o risco de hemangiomas presentes na via aérea).

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Barros B. et al. Disfonia e estridor no lactente. Residência Pediátrica 2013;3(1):17-20.
  • Isaacson GC. Congenital anomalies of the larynx.[Internet]. UpToDate. Waltham, MA: UpToDate Inc.
  • Picon PX et al. Pediatria: consulta rápida. Porto Alegre: Artmed, 2010

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