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A Pesquisa Perfil da Enfermagem, realizada em parceria entre o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é o mais amplo levantamento sobre uma profissão já realizado na América Latina. Ele abrange um universo de 1,6 milhão de profissionais. Foram entrevistados profissionais em cerca de 50% dos municípios brasileiros e em todas as unidades da federação. O resultado, detalhado também por estado, permite uma compreensão mais detalhada das realidades locais.
A pesquisa foi realizada em 2015 pela Fiocruz, por iniciativa do Cofen, com o objetivo de gerar dados amplos e confiáveis que permitissem avaliar a situação da profissão e propor mudanças.
Composição dos profissionais de enfermagem no país
Atualmente, a enfermagem no país é composta por um quadro de 80% de técnicos e auxiliares e 20% de enfermeiros.
Mais da metade dos enfermeiros (53,9%), técnicos e auxiliares de enfermagem (56,1%) se concentra na região Sudeste. Proporcionalmente à população, que representa 28,4% dos brasileiros segundo o IBGE, a região Nordeste apresenta a menor concentração de profissionais, com 17,2% das equipes de enfermagem.
No quesito de mercado de trabalho, 59,3% das equipes de enfermagem encontram-se no setor público; 31,8% no privado; 14,6% no filantrópico e 8,2% nas instituições de ensino.
Renda mensal
Considerando a renda mensal de todos os empregos e atividades que a equipe de enfermagem exerce, constata-se que 1,8% de profissionais na equipe (em torno de 27 mil pessoas) recebem menos de um salário mínimo por mês. A pesquisa encontra um elevado percentual de pessoas (16,8%) que declararam ter renda total mensal de até R$ 1.000. Dos profissionais da enfermagem, a maioria (63%) tem apenas uma atividade/trabalho.
Os quatro grandes setores de empregabilidade da enfermagem (público, privado, filantrópico e ensino) apresentam subsalários. O privado (21,4%) e o filantrópico (21,5%) são os que mais praticam salários com valores de até R$ 1.000. Em ambos, os vencimentos de mais da metade do contingente lá empregado não passa de R$ 2.000.
Por outro lado, a dificuldade de encontrar emprego foi relatada por 65,9% dos profissionais de enfermagem. A área já apresenta situação de desemprego aberto, com 10,1% dos profissionais entrevistados relatando situações de desemprego nos últimos 12 meses.
As mulheres ainda estão em maioria
A equipe de enfermagem é ainda predominantemente feminina, sendo composta por 84,6% de mulheres. É importante ressaltar, no entanto, que mesmo tratando-se de uma categoria feminina, registra-se a presença de 15% dos homens.
Qualificação
Os trabalhadores de nível médio (técnicos e auxiliares) apresentam escolaridade acima da exigida para o desempenho de suas atribuições, com 23,8% reportando nível superior incompleto e 11,7% tendo concluído curso de graduação.
O programa Proficiência e outras iniciativas de aprimoramento promovidas pelo Sistema Cofen/Conselhos Regionais revelaram um amplo crescimento na procura, alcançando 94,5% dos enfermeiros e 98% dos profissionais de nível médio (técnicos e auxiliares) que relataram participação em atividades de aprimoramento.
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Referências: