Quiz: qual diagnóstico desta manifestação rara no bebê?
Paciente pediátrico (dois meses) dá entrada no ambulatório após apresentar quadro de tosse seca e febre baixa aos sete dias do nascimento. À admissão na UTI pediátrica, apresentava esforço respiratório grave, com murmúrio vesicular diminuído e estertores crepitantes difusos. Estava hemodinamicamente instável. Foi imediatamente intubada e acoplada à ventilação mecânica invasiva (VMI). A radiografia de tórax …
Paciente pediátrico (dois meses) dá entrada no ambulatório após apresentar quadro de tosse seca e febre baixa aos sete dias do nascimento. À admissão na UTI pediátrica, apresentava esforço respiratório grave, com murmúrio vesicular diminuído e estertores crepitantes difusos. Estava hemodinamicamente instável. Foi imediatamente intubada e acoplada à ventilação mecânica invasiva (VMI). A radiografia de tórax mostrava condensação bilateral. Realizada broncoscopia com coleta de lavado broncoalveolar (LBA) cuja análise histopatológica evidenciou a presença de macrófagos espumosos.
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Paciente do sexo feminino, dois meses, natural e residente no Estado do Rio de Janeiro. Criança a termo, mãe não teve quaisquer intercorrências no período pré natal, nasceu de parto vaginal, Apgar 9/9. Segundo a mãe, fazia uso de leite materno exclusivo. Durante aproximadamente sete dias apresentou quadro de tosse seca e febre baixa, sendo medicada com sintomáticos. Ao iniciar dispneia, a mãe levou a criança ao pronto-socorro de um hospital secundário, sendo feito diagnóstico de pneumonia, indicada internação em Enfermaria e iniciada antibioticoterapia (penicilina cristalina). No quarto dia de internação, devido à piora do quadro clínico, foi transferida para a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) de um hospital terciário. À admissão, apresentava esforço respiratório grave, com murmúrio vesicular diminuído e estertores crepitantes difusos.
Estava hemodinamicamente instável. A radiografia de tórax mostrava condensação bilateral. O USG de tórax evidenciava processo pneumônico bilateral, mais extenso à direita e no hemograma havia leucocitose sem desvio para a esquerda. Realizada tomografia computadorizada (TC) de tórax, que mostrou opacidade alveolar em hemitórax direito e em alguns segmentos do pulmão esquerdo.
O que chamava a atenção da equipe é que a criança apresentava um quadro bastante arrastado, com imagens radiológicas com padrão migratório, sem melhora com a antibioticoterapia empregada. Além disso, a criança, apesar de ventilar com parâmetros baixos de suporte, não conseguia progredir no desmame para extubação. Realizada broncoscopia com coleta de lavado broncoalveolar (LBA) cuja análise histopatológica evidenciou a presença de macrófagos espumosos.
Correto
A pneumonia lipoídica é considerada uma inflamação proliferativa intersticial crônica rara. Pode ser exógena, quando ocorre pela aspiração ou inalação de material gorduroso, ou endógena (pneumonia de colesterol). Ocorre, principalmente, devido à aspiração de óleo mineral. Inicialmente a sintomatologia pode ser inexpressiva, porém, em alguns casos, pode provocar intenso comprometimento pulmonar, levando ao óbito. Na maioria das vezes é impossível distingui-la de uma pneumonia bacteriana apenas pelo aspecto radiológico.
Os fatores de risco relacionados são: a idade (é mais frequente na criança e no adulto debilitado devido ao risco maior de aspiração, mas pode ocorrer em pessoas saudáveis), alterações neuromusculares e gastrointestinais com disfunção de deglutição, anormalidades de faringe e esôfago, anestesia, coma, uso de substâncias oleosas para desobstrução nasal, constipação intestinal, assim como a ingestão forçada destes componentes, mas pode ocorrer sem fatores predisponentes.
Os macrófagos espumosos encontrados na broncoscopia, quando submetidos à coloração com Sudan, comprovam tratar-se de gordura. A conduta terapêutica consiste na realização de LBA seriados. Apesar de rara, é importante lembrar a possibilidade de pneumonia lipoídica nos casos de pneumonia de evolução arrastada sem resposta a antimicrobianos, especialmente em crianças com fatores de risco para aspiração e com história de ingestão de óleo mineral e nos casos em que há dissociação clínico-radiológica. Atenção deve ser dada à anamnese com os cuidadores, que deve ser dirigida em busca de detalhes que possam evidenciar a administração de substâncias gordurosas como o óleo mineral, principalmente em lactentes.
Incorreto
A pneumonia lipoídica é considerada uma inflamação proliferativa intersticial crônica rara. Pode ser exógena, quando ocorre pela aspiração ou inalação de material gorduroso, ou endógena (pneumonia de colesterol). Ocorre, principalmente, devido à aspiração de óleo mineral. Inicialmente a sintomatologia pode ser inexpressiva, porém, em alguns casos, pode provocar intenso comprometimento pulmonar, levando ao óbito. Na maioria das vezes é impossível distingui-la de uma pneumonia bacteriana apenas pelo aspecto radiológico.
Os fatores de risco relacionados são: a idade (é mais frequente na criança e no adulto debilitado devido ao risco maior de aspiração, mas pode ocorrer em pessoas saudáveis), alterações neuromusculares e gastrointestinais com disfunção de deglutição, anormalidades de faringe e esôfago, anestesia, coma, uso de substâncias oleosas para desobstrução nasal, constipação intestinal, assim como a ingestão forçada destes componentes, mas pode ocorrer sem fatores predisponentes.
Os macrófagos espumosos encontrados na broncoscopia, quando submetidos à coloração com Sudan, comprovam tratar-se de gordura. A conduta terapêutica consiste na realização de LBA seriados. Apesar de rara, é importante lembrar a possibilidade de pneumonia lipoídica nos casos de pneumonia de evolução arrastada sem resposta a antimicrobianos, especialmente em crianças com fatores de risco para aspiração e com história de ingestão de óleo mineral e nos casos em que há dissociação clínico-radiológica. Atenção deve ser dada à anamnese com os cuidadores, que deve ser dirigida em busca de detalhes que possam evidenciar a administração de substâncias gordurosas como o óleo mineral, principalmente em lactentes.
CASTRO, R. E. V.; PEREIRA, C. K. ; GHAZI, D. K. ; ZEITEL, R. S. ; MARIBONDO, A. G. ; MOURA, A. B. C. ; DINIZ, P. A. . Pneumonia Lipoídica. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 20. p. 231, 2008.
FERRAZ, S. T. Pneumonia lipoídica secundária a dose única de óleo mineral: um relato de caso. Residência Pediátrica, v. 3, n. 2, p. 36-38, 2013.
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Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Valença ⦁ Residência médica em Pediatria pelo Hospital Federal Cardoso Fontes ⦁ Residência médica em Medicina Intensiva Pediátrica pelo Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro. Mestra em Saúde Materno-Infantil (UFF) ⦁ Doutora em Medicina (UERJ) ⦁ Aperfeiçoamento em neurointensivismo (IDOR) ⦁ Médica da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) da UERJ ⦁ Professora adjunta de pediatria do curso de Medicina da Fundação Técnico-Educacional Souza Marques ⦁ Membro da Rede Brasileira de Pesquisa em Pediatria do IDOR no Rio de Janeiro ⦁ Acompanhou as UTI Pediátrica e Cardíaca do Hospital for Sick Children (Sick Kids) em Toronto, Canadá, supervisionada pelo Dr. Peter Cox ⦁ Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) ⦁ Membro do comitê de sedação, analgesia e delirium da AMIB e da Sociedade Latino-Americana de Cuidados Intensivos Pediátricos (SLACIP) ⦁ Membro da diretoria da American Delirium Society (ADS) ⦁ Coordenadora e cofundadora do Latin American Delirium Special Interest Group (LADIG) ⦁ Membro de apoio da Society for Pediatric Sedation (SPS) ⦁ Consultora de sono infantil e de amamentação ⦁ Instagram: @draroberta_pediatra