Segurança do paciente: evolução e desafios para a enfermagem

Em consonância com o movimento mundial o Ministério da Saúde do Brasil (MS) instituiu a Política Nacional de Segurança do Paciente. Saiba mais:

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No ano 2000, o Institute of Medicine publicou um relatório chamado To Err is Human, onde os autores estimavam que ocorram entre 44 mil e 98 mil mortes anuais no país devido a erros na assistência à saúde. Tomando como base a menor estimativa, tornam-se a oitava causa de morte nos EUA Esse estudo causou um grande impacto na comunidade acadêmica e assistencial internacional e desde então organizações nacionais e internacionais tem aumentado a atenção e esforços para abordar o tema e possíveis soluções.

No ano de 2002 a Assembleia Mundial de Saúde criou subsídios para que em 2004 fosse criada a Aliança Mundial para a Segurança do Paciente. Essa aliança tinha o propósito de centrar esforços em busca de estratégias de enfrentamento de problemas relacionados à segurança do paciente.

No ano de 2006 a Organização Mundial de Saúde estabeleceu as Metas Internacionais para a Segurança do Paciente, são elas: identificar os pacientes corretamente; melhorar a comunicação efetiva; melhorar a segurança para medicamentos de risco; eliminar cirurgias em membros ou pacientes errados; reduzir o risco de adquirir infecções; e reduzir o risco de lesões decorrentes de quedas.

Em consonância com o movimento mundial e com as diretrizes da OMS, o Ministério da Saúde do Brasil (MS), por meio da Portaria 529 de 2013, instituiu a Política Nacional de Segurança do Paciente. Nela, os hospitais públicos e privados devem instituir e apoiar ações que aumentem a cultura de segurança, gestão do risco e devem envolver usuários e familiares no processo de segurança do paciente.

Vamos definir abaixo algumas definições associadas à segurança do paciente:

Segurança do paciente: Reduzir a um mínimo aceitável, o risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde.

Incidente: Evento ou circunstância que resultou ou poderia ter resultado em dano desnecessário ao paciente.

Incidente sem lesão: Incidente envolvendo o paciente, mas sem resultar em dano.

Evento adverso: Incidente que resulta em dano ao paciente

Cultura de segurança: Cultura que encoraja e recompensa a identificação, a notificação e a resolução dos problemas relacionados à segurança, priorizando a segurança do paciente em detrimento das metas financeiras e operacionais.

O enfermeiro funciona como interligação entre o usuário e o sistema de saúde, pois é o líder da equipe de enfermagem, além de ocupar uma posição estratégica na equipe multiprofissional de saúde. Ele e toda a equipe de enfermagem devem funcionar como barreiras para a ocorrência de erros, identificação precoce e minimização de danos.

Quanto líder da equipe de enfermagem, o enfermeiro, frente à ocorrência de um erro pela equipe de enfermagem, deve estar atento a criar um ambiente justo e democrático, buscando o componente do processo que pode ter propiciado o erro ao invés de buscar culpabilizar o profissional que o cometeu. A tomada de decisão para prevenção ou minimização do dano deve ser horizontalizada e transparente, envolvendo todos os indivíduos necessários para tal.

O enfermeiro, deve também, participar das discussões sobre os protocolos assistenciais, identificando pontos fracos e falhos, modificando-os e participando ativamente da sua implementação, a fim de criar-se um ambiente com assistência mais segura ao paciente.

Por fim, podemos afirmar que a segurança do paciente é um dos temas mais debatidos no âmbito da saúde atualmente. A cultura de segurança representa uma mudança de paradigmas extremamente necessária para a melhora das relações de trabalho e da assistência prestada. Devemos instrumentalizar e sensibilizar a maior quantidade de profissionais de saúde possível para essa mudança.

Devemos incluir o paciente e seu acompanhante nas nossas decisões, principalmente no que diz respeito à sua segurança Protocolos são amplamente aceitos e reconhecidos como auxiliares na promoção da segurança do paciente, agora devemos utilizar a tecnologia em saúde e a tecnologia de maneira geral como aliados nessa transformação.

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Referências:

  • Belela, ASC; Pedreira, MLG; Peterlini, MAS. Erros de medicação em pediatria. Revista Brasileira de Enfermagem. 2011;64(3):563-569
  • Brasil. Ministério da Saúde. Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente / Ministério da Saúde; Fundação Oswaldo Cruz; Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014
  • Cassiani, SHB. Enfermagem e a Pesquisa sobre Segurança dos Pacientes. Acta Paulista de Enfermagem. 2010;23(6):vii-viii
  • Cavalcante, AC; Rocha, RC; Nogueira, LT; Avelino, FD; Rocha, SS. Cuidado seguro ao paciente: contribuições da enfermagem. Revista Cubana de Enfermería. 2015
  • Pedreira, MLG. Enfermagem para a segurança do paciente. Acta Paulista de Enfermagem. 2009;22(4):v-vi.
  • Silva, AE. Segurança do paciente: desafios para a prática e a investigação em Enfermagem. REE. 12(3):422-4
  • Silva, AT; Alves, MG; Sanches, RS; Terra, FS; Resck, ZMR. Assistência de enfermagem e o enfoque da segurança do paciente no cenário brasileiro. Saúde debate 40 (111) Oct-Dec 2016.

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