Obstrução de vias aéreas por corpo estranho (OVACE) em pediatria

Ao prestar atendimento a uma pessoa com OVACE, o enfermeiro deve classificar o grau de obstrução e realizar manobras de desobstrução.

Anteriormente, falamos sobre obstrução de vias aéreas por corpo estranho (OVACE) em adultos. Nesse artigo, vamos falar sobre a abordagem em crianças. Para relembrar, OVACE consiste na obstrução de vias aéreas causada por aspiração de corpo estranho, geralmente localizado na laringe ou traqueia. A aspiração de corpo estranho é a quinta principal causa de morte nos EUA, com risco aumentado em pacientes idosos.

Ao prestar atendimento a uma pessoa com OVACE, o enfermeiro deve classificar o grau de obstrução e em seguida realizar manobras de desobstrução conforme a faixa etária.

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Obstrução de vias aéreas por corpo estranho

Classificação da obstrução

Obstrução leve: capacidade de emitir sons, chorar e tossir
Obstrução severa: dificuldade de respirar de início súbito, incapacidade de chorar ou o faz de maneira silenciosa. Inconsciência.

OVACE em pediatria: conduta do enfermeiro

Obstrução leve com bebê consciente: não realizar nenhuma intervenção para a desobstrução, apenas pegar o bebê no colo em pé e permitir que ele tussa. Observar evolução.

Obstrução severa com bebê consciente: sentar-se, pôr o bebê sobre um dos antebraços, estando esse apoiado sobre a coxa, posicionando a mão próxima ao mento, com os dedos próximos às clavículas e fúrcula. Realizar uma inclinação de maneira que a cabeça fique em nível inferior aos membros. Realizar 5 golpes com a região hipotênar entre as escápulas, virar o bebê e realizar 5 compressões torácicas na região intermamilar. Repetir o procedimento até perda de consciência ou expelir o corpo estranho.

Obstrução severa com perda de consciência: interromper os golpes na região dorsal, posicionar o paciente em decúbito dorsal em uma superfície rígida; checar pulso, caso pulso ausente realizar RCP; caso pulso presente, realizar compressões torácicas com objetivo de remoção do corpo estranho; abrir vias aéreas e realizar inspeção; remover corpo estranho se possível; caso corpo estranho não ser localizado, realizar uma insuflação; caso de insucesso no momento da insuflação, posicionar melhor a cabeça e considerar laringoscopia direta e remoção com pinça (se disponível, utilizar pinça de Magill); casos de insucesso no meio extra-hospitalar, manter compressões torácicas até expulsão do corpo estranho ou caso evolua para PCR, realizar manobras de reanimação cardiopulmonar. Logo que possível, transportar para hospital logo que possível. Em ambiente intra-hospitalar, considerar cricotireoidostomia por punção.

Após o restabelecimento da permeabilidade da via aérea, o paciente pode retornar para casa ou permanecer por 6h a 24h em observação hospitalar.

Referências:

  • American Heart Association. Destaques das Diretrizes da American Heart Association 2010 para RCD e ACE
    Brasil. Ministério da Saúde. Protocolos de suporte básico de vida – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
  • Brasil. Ministério da Saúde. Protocolos de suporte avançado de vida – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
  • Gonçalves MEP, Cardoso SR, Rodrigues AJ . Corpo estranho em via aérea. Pulmão RJ 2011;20(2):54-58.

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