Paciente de 16 anos, tendo feito viagem há um mês para uma região de floresta tropical no norte do Brasil, apresenta-se no pronto-socorro com queixa de febre diária e coloração amarelada da pele há uma semana. Ao exame físico:
PA 110/70 mmHg;
FC 50 bpm;
FR 16 irpm;
SpO2 96% em ar ambiente;
T 39,3°C.
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Quiz PEBMED
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1. Pergunta
Em relação à apresentação clínica, o paciente apresenta uma dissociação entre a frequência cardíaca e a temperatura. Como se denomina esse sinal?
Correto
Resposta: b)Sinal de Faget
Considerando-se que as elevações de temperatura são geralmente um sinal de infecção, a atenção a este parâmetro poderá ser valiosa no diagnóstico de uma doença infecciosa. A temperatura retal reflete mais precisamente a temperatura interna corporal (média de 37°C), sendo 0,4°C mais elevada do que a temperatura oral e 0,8°C mais elevada do que a temperatura axilar. A definição mais comum de febre, baseada em estudos que definem a febre de origem obscura, utiliza uma temperatura ≥ a 38,3°C.
Para cada aumento de 1°C na temperatura corporal a frequência cardíaca se eleva normalmente em 15 a 20 bpm. Quando o paciente apresenta uma frequência cardíaca mais baixa do que seria esperada para uma determinada temperatura corporal tem-se uma bradicardia relativa, conhecida como sinal de Faget. A tabela abaixo lista as infecções que estão associadas à bradicardia relativa. Embora essa dissociação pulso-temperatura não seja altamente sensível ou específica para o estabelecimento de um diagnóstico, ela é potencialmente útil em situações de baixos recursos, dada a sua imediata disponibilidade e simplicidade.
Causas infecciosas
Organismos intracelulares
Bactérias Gram-negativas
Salmonella typhi Francisella tularensis
Brucella spp.
Coxiella burnetii
Leptospira interrogans
Legionella pneumophila
Mycoplasma pneumoniae
Microrganismos transmitidos por carrapatos
Rickettsia spp.
Orientia tsutsugamushi
Babesia spp.
Outros
Corynebacterium diphtheriae
Plasmodium spp.
Vírus/infecções virais
Vírus da febre amarela
Vírus da dengue
Febres hemorrágicas virais (Marburg, Ebola)
Miocardite viral
Causas não infecciosas
Febre medicamentosa
Uso de betabloqueador
Lesões do sistema nervoso central
Linfoma maligno
Febre factícia
Tabela 1. Causas de bradicardia relativa
Sobre a pessoa que deu nome ao sinal
O sinal de Faget foi descrito em 1858 por Jean Charles Faget, nascido em 1818 em Nova Orleans nos Estados Unidos da América e formado médico em 1845 pela Universidade de Paris. Grande parte do trabalho de Faget como médico foi desenvolvido quando Nova Orleans estava tomada por casos de Febre amarela, sendo que ele descreveu a apresentação clínica da doença, a dissociação pulso-temperatura que lhe é característica, aventou a hipótese de que o agente causador da doença seria um microrganismo que chegara à região junto com os escravos trazidos da África e América do Sul, além de diferenciar a Febre amarela da Malária, sabendo que a segunda respondia bem ao uso de quinina.
Um algo a mais
O sinal de Paget e o de Laissez-faire não existem.
Para saber mais sobre o sinal de Romaña acesse o link a seguir: [Link para o Quis – sinal de Romaña]
Referências bibliográficas:
Jameson JL, Kasper DL, Longo DL, Fauci AS, Hauser SL, Loscalzo J. Medicina interna de Harrison. 20 ed – Porto Alegre: AMCH, 2020.
Faget JC. Étude médicale de quelques questions importantes pour la Louisiane : et exposé succinct d’une endémie paludéenne, de forme catarrhale, qui a sévi à la Nouvelle-Orléans, particulièrement sur les enfants, pendant l’épidémie de fièvre jaune de 1858. Nouvelle-Orléans, Impr. franco-américaine, 1859.
Considerando-se que as elevações de temperatura são geralmente um sinal de infecção, a atenção a este parâmetro poderá ser valiosa no diagnóstico de uma doença infecciosa. A temperatura retal reflete mais precisamente a temperatura interna corporal (média de 37°C), sendo 0,4°C mais elevada do que a temperatura oral e 0,8°C mais elevada do que a temperatura axilar. A definição mais comum de febre, baseada em estudos que definem a febre de origem obscura, utiliza uma temperatura ≥ a 38,3°C.
Para cada aumento de 1°C na temperatura corporal a frequência cardíaca se eleva normalmente em 15 a 20 bpm. Quando o paciente apresenta uma frequência cardíaca mais baixa do que seria esperada para uma determinada temperatura corporal tem-se uma bradicardia relativa, conhecida como sinal de Faget. A tabela abaixo lista as infecções que estão associadas à bradicardia relativa. Embora essa dissociação pulso-temperatura não seja altamente sensível ou específica para o estabelecimento de um diagnóstico, ela é potencialmente útil em situações de baixos recursos, dada a sua imediata disponibilidade e simplicidade.
Causas infecciosas
Organismos intracelulares
Bactérias Gram-negativas
Salmonella typhi Francisella tularensis
Brucella spp.
Coxiella burnetii
Leptospira interrogans
Legionella pneumophila
Mycoplasma pneumoniae
Microrganismos transmitidos por carrapatos
Rickettsia spp.
Orientia tsutsugamushi
Babesia spp.
Outros
Corynebacterium diphtheriae
Plasmodium spp.
Vírus/infecções virais
Vírus da febre amarela
Vírus da dengue
Febres hemorrágicas virais (Marburg, Ebola)
Miocardite viral
Causas não infecciosas
Febre medicamentosa
Uso de betabloqueador
Lesões do sistema nervoso central
Linfoma maligno
Febre factícia
Tabela 1. Causas de bradicardia relativa
Sobre a pessoa que deu nome ao sinal
O sinal de Faget foi descrito em 1858 por Jean Charles Faget, nascido em 1818 em Nova Orleans nos Estados Unidos da América e formado médico em 1845 pela Universidade de Paris. Grande parte do trabalho de Faget como médico foi desenvolvido quando Nova Orleans estava tomada por casos de Febre amarela, sendo que ele descreveu a apresentação clínica da doença, a dissociação pulso-temperatura que lhe é característica, aventou a hipótese de que o agente causador da doença seria um microrganismo que chegara à região junto com os escravos trazidos da África e América do Sul, além de diferenciar a Febre amarela da Malária, sabendo que a segunda respondia bem ao uso de quinina.
Um algo a mais
O sinal de Paget e o de Laissez-faire não existem.
Para saber mais sobre o sinal de Romaña acesse o link a seguir: [Link para o Quis – sinal de Romaña]
Referências bibliográficas:
Jameson JL, Kasper DL, Longo DL, Fauci AS, Hauser SL, Loscalzo J. Medicina interna de Harrison. 20 ed – Porto Alegre: AMCH, 2020.
Faget JC. Étude médicale de quelques questions importantes pour la Louisiane : et exposé succinct d’une endémie paludéenne, de forme catarrhale, qui a sévi à la Nouvelle-Orléans, particulièrement sur les enfants, pendant l’épidémie de fièvre jaune de 1858. Nouvelle-Orléans, Impr. franco-américaine, 1859.
A respeito do acompanhamento desta paciente e de outros casos de abortamento provocado, qual das alternativas a seguir você deve considerar como sendo mais adequada? Clique no banner abaixo e responda no nosso fórum.
Médico formado pela Faciplac, Gama-DF ⦁ Residência em Clínica Médica pelo Hospital de Base do Distrito Federal ⦁ Rotineiro e Líder assistencial da Savie na enfermaria de Clínica Médica do Hospital Santa Helena, Rede D’Or, Brasília-DF ⦁ Plantonista do Centro Neurocardiovascular, Instituto Hospital de Base do Distrito Federal.