A capital de Santa Catarina criou um serviço oficial de envio pelo correio de medicamentos para pessoas que vivem com HIV. Segundo a prefeitura de Florianópolis, que anunciou a iniciativa no início do mês de julho, a cidade é a primeira do país a oferecer esse tipo de atendimento.
O serviço oferece aos pacientes moradores da cidade a possibilidade de solicitarem a entrega dos remédios através de um aplicativo de mensagens de forma prática e sigilosa.
A Secretaria de Saúde do município informou que é possível escolher o endereço em que a pessoa deseja receber o medicamento. O usuário também pode retirar o medicamento na farmácia.
Cerca de sete pessoas que moram em Florianópolis vivem com o HIV. Em levantamento recente, a prefeitura identificou que duas mil ainda precisavam buscar o tratamento disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Solicitação é pelo médico ou paciente?
Para solicitar o serviço basta enviar uma mensagem para o número de Whatsapp (48) 99177-2969. A partir daí, a pessoa soropositiva será orientada como proceder através de um formulário sigiloso. Um código de rastreamento da entrega é oferecido. Lembrando que esse serviço somente está disponível para moradores de Florianópolis que vivem com HIV.
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Iniciativa aumenta sigilo
Representantes do Grupo de Apoio à Prevenção da Aids (GAPA) afirmaram que a iniciativa é importante, uma vez que “muitas pessoas têm dificuldade de ir até os pontos de entrega”. Entre os motivos estão a vergonha, estigma e preconceito trazidos com a enfermidade.
Um dos médicos participantes das iniciativas no município, o médico de família e comunidade da Prefeitura de Florianópolis, Ronaldo Zonta, contou que também foi lançado um serviço de envio de mensagens automáticas para os pacientes.
“As mensagens são enviadas a partir do cálculo de quantos comprimidos a pessoa ainda tem para o seu tratamento. O objetivo é evitar a interrupção do tratamento. As mensagens começam a ser enviadas 30 dias antes”, explicou o médico.
A iniciativa da Secretaria de Saúde acontece em parceria com o Projeto A Hora é Agora, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz), e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), com recursos do Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para Alívio da Aids (PERFAR).
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