Sabe-se que a comunidade LGBTQIA+ têm maior risco de desenvolver problemas de saúde mental como uso abusivo de substâncias, lesão autoprovocada não suicida, transtornos alimentares, mas o mais prevalente dentre eles são ansiedade e depressão, podendo incluir
a ideação suicida. Tal associação pode ser explicada através do modelo conceitual de
estresse de minoria, no qual indivíduos LGBT têm maiores chances de sofrerem experiências traumáticas numa sociedade discriminatória.
A população transgênero sofre disso de forma exacerbada, por pertencerem a uma minoria
social na expressão da sua sexualidade ficam mais expostos a situações de vulnerabilidade
como exclusão social, problemas familiares, bullying escolar e até casos de violência física
e homicídios.
É fundamental que médicos, independente de suas especialidades, saibam abordar
aspectos de saúde mental a fim de promover acolhimento, diagnosticar e prevenir agravos à
saúde. Uma anamnese direcionada e objetiva permite identificar fatores de risco.
Dentre as alternativas erradas, vale ressaltar que nem todo indivíduo trans sofre de disforia
de gênero. Ainda que possam ser acometidos com uso abusivo de substâncias e estudos
preliminares demonstrem risco elevado de transtorno alimentares comparado a população
cisgênero, a depressão se mantém como principal agravo de saúde mental.
Referências:
- Queering global health: an urgent call for LGBT+ affirmative practices. Suntosh R
Pillay, Joachim M Ntetmen, Juan A Nel, Lancet Glob Health 2022; 10: e574–78
- Minority Stress and Suicidal Ideation and Suicide Attempts Among LGBT
Adolescents and Young Adults: A Meta-Analysis Jennifer de Lange, Laura Baams,
Diana D van Bergen, Henny M W Bos, Roel J Bosker Affiliations expand. PMID:
35319281 DOI: 10.1089/lgbt.2021.0106
- Benevides, Bruna. Dossiê Assassinatos e violências contra travestis e transexuais
brasileiras em 2021. 2022