AAP 2022: Estudo avalia o IMC pediátrico durante a pandemia de covid-19

Pesquisadores rastrearam o IMC de pacientes antes e após o início da pandemia de Covid-19. Acompanhe a cobertura do AAP 2022!

Em 8 de outubro, no congresso da American Academy of Pediatrics (AAP Experience 2022), pesquisadores de Norfolk, Virginia, divulgaram os resultados de um estudo que rastreou o índice de massa corporal (IMC) de pacientes pediátricos dois anos antes e um ano após o início da pandemia de covid-19.

Leia mais: Confira a cobertura completa do congresso da American Academy of Pediatrics

Embora a prevalência da obesidade infantil nos Estados Unidos estivesse se estabilizando antes da pandemia, um estudo populacional na Pensilvânia publicado em maio de 2021 mostrou que essa taxa estava aumentando novamente. Diante de uma falta de compreensão das possíveis causas e implicações dos efeitos da pandemia e o estilo de vida adotado associado ao aumento do IMC infantil, o objetivo dos pesquisadores foi avaliar a trajetória do IMC pediátrico durante a pandemia versus a trajetória anterior ao seu início. O estudo foi apresentado pela acadêmica de terceiro ano de medicina, Rylie Mainville.

AAP 2022

Métodos

Pacientes com idades entre 4 e 17 anos, atendidos por mais de dois anos e com IMC registrados por, pelo menos, duas visitas ambulatoriais separadas por um intervalo de um ano, foram matriculados no General Academic Pediatric (GAP) no Children’s Hospital of The King’s Daughters (CHKD). Os pais/responsáveis e crianças com mais de 8 anos receberam um questionário que avaliou diferentes fontes potenciais de mudanças no estilo de vida que poderiam afetar o IMC: consumo de fast-food, mudanças no consumo de água e frutas, tempo de tela, tempo em casa com a família e níveis de atividade, entre outros.

Para as análises estatísticas entre as variáveis, o modelo Generalized Estimating Equation (GEE) e a correlação de Spearman foram utilizados. Foram coletados dados de 238 pacientes (51% do sexo feminino, maioria afro-americana/negra) com idade média de 9,47 para meninas e 9,57 para meninos.

Resultados

Os pesquisadores observaram que o percentil de IMC aumentou significativamente ao longo do período avaliado (início da pandemia de Covid-19 até maio de 2021; p <0,001). No entanto, quando separado por sexo, o aumento foi mais significativo para as meninas. O aumento do percentil do IMC ao longo da pandemia correlacionou-se positivamente com um aumento no tempo em casa com a família e um aumento no tempo de tela no último ano.

Esses resultados se correlacionam bem com o estudo populacional anterior de que o IMC das crianças aumentou durante a pandemia e, mais ainda, nas meninas. Dois fatores significativos nessa tendência foram o aumento do tempo gasto com a família e o aumento do tempo de tela.

Considerações

Durante a apresentação, Rylie Mainville destacou que o estudo mostra como os momentos de isolamento foram difíceis para as famílias. “Comer reconforta e, como as crianças estavam presas em casa, sem escola, sem brincadeiras ao ar livre, junto de seus familiares o tempo todo e estressadas, as famílias compensaram o desconforto na comida”. Além disso, a palestrante enfatizou que a saúde de todas as comunidades foi impactada negativamente pela covid-19, especialmente comunidades de baixa renda e, predominantemente, afro-americanas.

Como o aumento do IMC é multifatorial, as direções futuras deste estudo podem ter como objetivo investigar a origem dessas alterações e outras implicações inesperadas. Os resultados podem ajudar famílias e médicos a combater esse aumento alarmante no IMC pediátrico, que provavelmente permanecerá por muito tempo após as modificações no estilo de vida decorrentes da pandemia.

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