AAP 2022: Fundamentos do aleitamento materno bem-sucedido

Pediatras apontam ações que o profissional deve ter para avaliar a eficácia da amamentação e incentivar o aleitamento adequado.

O aleitamento materno tem sido tópico de destaque no AAP Experience 2022, em Anaheim, Califórnia. Na palestra Breastfeeding Essentials, a pediatra Eyla Boies chamou a atenção para a importância do tema e o que faz, de fato, um aleitamento materno ser bem-sucedido.  

         Devido à importância da amamentação para os desfechos de saúde materno-infantil, todos os prestadores de cuidados pediátricos devem procurar melhorar as taxas de amamentação em suas práticas, com o objetivo de alcançar as recomendações de amamentação da AAP para aleitamento materno exclusivo até aproximadamente seis meses, seguido de amamentação continuada por 1 ano ou mais, conforme mutuamente desejado pela mãe e pelo bebê.  Os profissionais de saúde, inclusive, devem ajudar as mães a identificar e alcançar suas próprias metas de amamentação. 

         A Dra. Boies citou dez passos para o sucesso do aleitamento e que constam também no artigo The Breastfeeding-Friendly Pediatric Office Practice, publicado em 2017 no periódico Pediatrics, da Academia Americana de Pediatria, conforme estabelecidos na Iniciativa Hospital Amigo da Criança, desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde (OMS)/Fundo das Nações Unidas para a Infância.

AAP 2022

Passos para o sucesso do aleitamento

  1. Ter uma política escrita favorável ao aleitamento materno que seja rotineiramente comunicada a todos os profissionais de saúde; 
  2. Treinar todo o pessoal de saúde nas habilidades necessárias para implementar esta política; 
  3. Informar todas as gestantes sobre os benefícios e manejo da amamentação; 
  4. Ajudar as mães a iniciar a amamentação dentro de uma hora após o nascimento; 
  5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo que estejam separadas de seus bebês; 
  6. Não dar alimentos ou bebidas aos bebês além do leite materno, a menos que haja indicação médica; 
  7. Praticar o alojamento conjunto: permitir que mães e bebês permaneçam juntos 24 horas por dia; 
  8. Incentivar o aleitamento materno em livre demanda; 
  9. Promover a criação de grupos de apoio ao aleitamento materno e encaminhá-los às mães na alta hospitalar ou na maternidade;
  10. Não dê chupetas ou bicos artificiais para lactentes.

Uso de chupetas

A AAP não apoia uma proibição categórica de chupetas, por causa de seu papel na redução do risco de síndrome de morte súbita do lactente e seu benefício analgésico durante procedimentos dolorosos, quando a amamentação não pode fornecer analgesia. O uso de chupeta no hospital no período neonatal deve ser limitado a indicações médicas específicas, como redução da dor, calmante em lactente exposto a drogas, etc.

Para lactentes amamentados, a introdução da chupeta deve ser adiada até que a amamentação esteja firmemente estabelecida. Os bebês que não estão sendo amamentados diretamente podem começar a usar a chupeta assim que desejarem.

Como ter um consultório “amigo da amamentação”

Para que o consultório seja também denominado de “amigo da amamentação”, a AAP destaca as seguintes medidas, comentadas pela Dra. Boies: 

  1. Ter uma política escrita do consultório favorável à amamentação;
  2. Treinar a equipe em habilidades de apoio à amamentação; 
  3. Discutir a amamentação durante as consultas de pré-natal e em cada consulta de puericultura; 
  4. Incentivar o aleitamento materno exclusivo por aproximadamente 6 meses; 
  5. Fornecer orientação antecipada apropriada que apoie a continuação da amamentação pelo tempo desejado; 
  6. Incorporar a observação da amamentação nos cuidados de rotina – item enfatizado pela palestrante;
  7. Educar as mães sobre a ordenha do leite materno e retornar ao trabalho; 
  8. Fornecer recursos educacionais não comerciais sobre amamentação para os pais; 
  9. Incentivar a amamentação na sala de espera, mas disponibilizar espaço privado a pedido; 
  10. Eliminar a distribuição de fórmula gratuita; 
  11. Treinar a equipe para seguir os protocolos de triagem telefônica para lidar com as preocupações com a amamentação; 
  12. Colaborar com o hospital local ou centro de parto e a comunidade obstétrica em relação aos cuidados amigos da amamentação;  
  13. Link com recursos da comunidade sobre amamentação; 
  14. Monitorar as taxas de amamentação em seu consultório.  

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
    1. BOIES, Eyla. Breastfeeding essentials. 2022 AAP National Conference & Exhibition, Anaheim, Califórnia, 10 de outubro de 2022 
    1. MEEK, Joan et al. The Breastfeeding-Friendly Pediatric Office Practice. Pediatrics, v. 139, n.5, e20170647, 2017. Disponível em https://doi.org/10.1542/peds.2017-0647