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A lombalgia é um distúrbio osteomuscular extremamente comum na população geral. Segundo a Organização Mundial da Saúde, ela atinge de 80% a 90% da população em algum momento da vida. Na maioria das vezes, os quadros de lombalgia são inespecíficos e se resolvem espontaneamente.
Os quadros de dor lombar podem ser subdivididos em crises agudas (menos que quatro semanas), subagudas (de quatro a doze semanas) e crônicas (mais de doze semanas meses). Os quadros crônicos atingem cerca de 20% da população adulta e podem trazem complicações, como incapacidade funcional, depressão, perturbações do sono, afastamentos do trabalho e redução da qualidade de vida dos pacientes.
Embora a causa do problema ainda seja bastante discutida, existe consenso na literatura sobre vários fatores (genético, idade, sobrepeso, condições de trabalho, cultural, etc) estarem associados com as crises de dor lombar. Assim, a maioria das lombalgias são de origem multifatorial e também necessitam de uma abordagem multifatorial.
O tratamento da lombalgia varia conforme a duração dos sintomas, a potencial causa (fratura, discopatia, espondilolistese, síndrome miofascial), presença ou ausência de radiculopatia e os resultados dos exames de imagem. Segundo recente Guideline do American College of Physicians publicado em 2017 as recomendações podem ser dividas em três etapas, conforme a fase e resposta ao tratamento.
Recomendação 1:
Considerando que a maioria dos pacientes com dor lombar aguda ou subaguda apresentam melhora espontânea ao longo do tempo, independentemente do tratamento, a primeira opção é o tratamento não-farmacológico com calor superficial, massagem, acupuntura ou manipulação vertebral. Se o tratamento farmacológico for desejado nesta fase, os medicamentos anti-inflamatórios não esteroides ou relaxantes musculares devem ser preconizados.
Recomendação 2:
Para os pacientes com dor lombar crônica, inicialmente, também deve-se optar por tratamento não-farmacológico com exercícios físicos, reabilitação multiprofissional, acupuntura, yoga, exercício de controle motor, relaxamento progressivo, biofeedback com eletromiografia ou manipulação espinhal.
Recomendação 3:
Em pacientes com dor lombar crônica que tiveram uma resposta inadequada à terapia não farmacológica, considerar o tratamento farmacológico com medicamentos anti-inflamatórios não esteroides como terapia de primeira linha, ou tramadol ou duloxetina como terapia de segunda linha. Considerar os opioides como uma opção em pacientes que falharam nos tratamentos acima mencionados. No caso do uso de opioides, os riscos e benefícios deem ser discutidos com o paciente.
Outras formas de intervenção, como tração lombar, técnicas de mobilização neural, exercícios aeróbicos e orientações educacionais (empoderamento) dos pacientes, também são possibilidades com baixa-moderada evidência científica em relação aos resultados dessas modalidades terapêuticas. No nosso próximo artigo, discutiremos a efetividade dos programas de exercícios para fortalecimento e estabilização da musculatura da coluna para evitar as crises e prevenir a piora do quadro de lombalgia. Fique atento!
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