No segundo dia do encontro científico anual ACOG2023, um grupo de especialistas trouxeram as recomendações mais recentes da instituição em 3 temas rápidos: prevenção de parto pré-termo, vacinação COVID-19 e densidade mamária.
Progesterona e parto pré-termo
O caproato de 17alfa – progesterona, uma medicação de uso injetável é recomendada pelo ACOG desde 2003 para prevenção de parto pré-termo (PPT) em mulheres com história prévia de PPT espontâneo. Em 2011, o FDA aprovou seu uso com o nome comercial de Makena.
Em janeiro de 2020, um estudo multicêntrico conhecido como PROLONG é publicado no Am J Perinatology e mostra não haver benefício do uso do Makena na prevenção de PPT e após alguns anos de discussão, o FDA retira a aprovação em abril de 2023.
Assim, o American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) deixa de recomendar a progesterona injetável e baseado em dois artigos publicados em 2022, também não orienta o uso de progesterona via vaginal em mulheres sem colo curto, uma vez que o seu uso em gestações únicas, com história prévia de PPT e colo maior que 25 mm parece não oferecer benefício para prevenção de PPT recorrente.
Vacinação COVID-19: atualizações de março de 2023
O ACOG recomenda a vacinação com uma dose da vacina bivalente (mRNA) em todos os indivíduos não vacinados (incluindo gestantes e lactantes) e em todos os indivíduos que tiveram seu esquema completo com o esquema monovalente.
Recomendações adicionais:
- Vacina COVID-19 pode ser administrada simultaneamente com outras vacinas, incluindo as vacinas rotineiras da gravidez (influenza e dTpa)
- A aplicação da imunoglobulina anti-D pode ser feita em mulheres que planejam tomar a vacina COVID-19 ou que tomou recentemente, sem interferência na resposta imune
- A vacina bivalente deve ser indicada inclusive em pessoas que já tiveram infecção pelo vírus COVID-19, podendo-se considerar um intervalo de 3 meses entre a infecção e a vacinação
- Estudos continuam demonstrando segurança no uso da vacina contra COVID-19 na gestação e lactação.
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Densidade mamária
A mamografia é exame de eleição para rastreio do câncer de mama nos Estados Unidos e na maior parte do mundo e sabe-se que a densidade mamária é fator que interfere na interpretação do exame, uma vez que mamas mais densas podem diminuir a sensibilidade do exame, além de aumentar o risco de câncer de mama.
O ACOG no seu Committee Opnion #625 traz uma categorização da densidade mamária através do sistema BI-RADS, dividindo em 4 categorias (A, B, C, D) de acordo com a densidade mamária.
O FDA em 2023 normatizou que os resultados de mamografia tragam a informação sobre essa densidade mamária, contendo a categoria do BI-RADS no relatório médico e um parágrafo informando a paciente em termos mais leigos (mama densa e não densa).
O ACOG recomenda que os serviços se adequem a essa nova normatização do FDA.
8 abr. 2024 
3 min. 
