A profilaxia pré-exposição (PrEP) é uma das estratégias mais eficazes para a prevenção da infecção pelo HIV na atualidade. No Brasil, está disponível sob a forma de PrEP oral diária, que apresenta boa tolerabilidade e bom perfil de segurança. Entretanto, questões referentes à adesão ainda são uma barreira para sua efetividade.
Cabotegravir
A má adesão aos regimes orais é um problema mundial que compromete a eficácia da PrEP, estando muitas vezes ligada à necessidade de uso diário. Nesse sentido, os antirretrovirais de longa duração vêm sendo pesquisados como possíveis alternativas. Estudos prévios demonstraram superioridade do uso de cabotegravir – que possui possibilidade de administração intramuscular a cada dois meses – como PrEP injetável em homens que fazem sexo com homens (HSH) e mulheres transgênero. Outros estudos procuram avaliar sua eficácia e segurança em outras populações.
Em uma de suas palestras, acompanhada pelo Portal PEBMED, congresso da International AIDS Society de 2023 mostrou os resultados de aceitabilidade do uso da formulação de cabotegravir de longa duração em adolescentes cisgênero femininas na África do Sul, Uganda e Zimbábue.
Apontamentos relevantes
– A principal barreira relatada pelas participantes foi dor no local da injeção, seguida por reações locais e medo da injeção. O tamanho da agulha e o local de administração foram geralmente considerados como aceitáveis.
– Apesar desses relatos, a aceitabilidade foi considerada boa, com 92% preferindo permanecer no braço do cabotegravir durante a fase aberta do estudo.
– Fatores identificados como facilitadores incluíram: ausência de questões de adesão, discrição da administração IM em comparação com comprimidos, conhecimento em relação a alta eficácia, familiaridade com o modo de administração devido ao uso de anticoncepcionais injetáveis e aceitabilidade dos pais e responsáveis.
3 abr. 2024 
5 min. 
