AIDS 2023: Rastreio universal para tuberculose

Uma estratégia de rastreio em pacientes de alto risco pode levar à detecção de mais casos assintomáticos.

Em uma palestra do congresso IAS/AIDS 2023, os resultados do estudo TUTT (Targeted Universal Testing for Tuberculosis) foram apresentados. Considerando que uma porção de indivíduos com diagnóstico de TB apresenta poucos sintomas ou são completamente assintomáticos, o estudo conduzido em clínicas de atenção primária na África do Sul procurou avaliar a adoção de rastreio universal para TB nesse contexto. 

Uma das grandes dificuldades no diagnóstico de TB em PVHIV é a maior prevalência de pacientes paucibacilares. A microscopia pode apresentar um resultado falso-negativo em 40 – 60% dos pacientes, especialmente em casos avançados de imunossupressão.

IAS 2023

Métodos

O estudo TUTT comparou a estratégia padrão de rastreio – direcionada a partir da pesquisa de sintomas – com o rastreio em todos os indivíduos que pertenciam a grupos considerados de alto risco para o desenvolvimento de TB, a saber, os com HIV, os que tiveram contato próximo com um paciente com TB há menos de 1 ano, e diagnóstico prévio de TB nos últimos 2 anos. 

Os indivíduos com alto risco forneceram amostras de escarro que foram submetidas à análise por Xpert® MTB/RIF Ultra e cultura em meio MGIT. Ao total, 30.513 pessoas aceitaram participar do estudo. A mediana de idade foi de 49 anos, 62% eram mulheres e apenas 28% estavam sintomáticos. Na subdivisão por grupos de risco, a maior parte era HIV positivo (71%), seguidos de contatos com TB ativa (41%) e história prévia de TB (5%). 

Resultados

A prevalência de diagnóstico de TB entre PVHIV, independente de contagem de linfócitos T-CD4 e de uso de terapia antirretroviral, foi de 5% e o número necessário para diagnosticar um caso de TB nessa população foi de 20. A maior proporção de testes de Xpert® MTB/RIF Ultra positivos foi nos pacientes com diagnóstico prévio de TB (12,2%), seguidos dos com os que tiveram contato com casos de TB ativa (7,5%). Nessas subpopulações, o número necessário para diagnosticar foi de 8 e 13, respectivamente. 

Conclusão e mensagem prática

Os autores relatam que uma estratégia de rastreio em pacientes de alto risco pode levar à detecção de mais casos assintomáticos, contribuindo para o controle da doença. 

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