ASBAI 2022: Veja quais foram os destaques do congresso de alergia e imunologia

Edição de 2022 foi a primeira presencial desde 2019 e marcada por temas relevantes dessas áreas.

No último fim de semana, aconteceu o primeiro Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia presencial desde 2019. O evento aconteceu entre os dias 18 e 20 de novembro de 2022 em São Paulo e o Portal PEBMED esteve no local para trazer os principais temas em discussão durante o congresso médico.  Dentre os diversos temas abordados, destacam-se:  

 

Componentes moleculares nas alergias alimentares 

Ressaltou-se a importância deste tipo de avaliação na prática clínica para investigação de pacientes com múltiplas alergias ou sensibilizações alimentares, com a oportunidade de prever o fenótipo do paciente e reatividade cruzada.  

Teste de provocação oral (TPO) nas alergias alimentares

Este segue sendo o teste padrão-ouro para diagnóstico e avaliação de tolerância nas alergias alimentares. Se discutiu as barreiras enfrentadas, como desinformação e a indisponibilidade do teste tanto no SUS quanto na rede particular (apenas TPO para leite em menores de 2 anos faz parte do rol da ANS atualmente). Os especialistas foram incentivados a se capacitarem para a realização do teste.  

Diagnóstico genético nos erros inatos da imunidade

Ferramentas de sequenciamento genético como exoma e genoma estão cada vez mais disponíveis para o diagnóstico dos erros inatos da imunidade (EII). A identificação de um genótipo pode ter implicações terapêuticas, além de ser importante para o aconselhamento genético.

A partir destas ferramentas, a lista de genes relacionadas a este grupo de doenças cresce a cada ano, já tendo sido identificado mais de 450 genes envolvidos. No entanto, ressalta-se a solicitação criteriosa deste tipo de exame, sempre a partir de hipóteses guiadas pela clínica, pois isso impacta diretamente na identificação de variantes genéticas relevantes para o quadro clínico do paciente. 

Uso de imunobiológicos nas doenças alérgicas e imunológicas

Nos últimos anos, alguns imunobiológicos importantes foram aprovados pela ANVISA e incluídos no rol da ANS para o tratamento de doenças como asma grave, urticária crônica e dermatite atópica grave em adultos e crianças. Houve diversas palestras abordando diferentes aspectos do tema como indicações, perfil de segurança, resposta terapêutica e perspectivas futuras. Atualmente, já estão disponíveis dentro da especialidade de alergia e imunologia: 

  • Mepolizumabe, um anti-IL-5 disponível para o tratamento de asma eosinofílica e rinossinusite crônica com polipose nasal. 
  • Dupilumabe, um anti IL-4 e IL-13 indicado para pacientes com dermatite atópica, asma alérgica e rinossinusite crônica com polipose nasal. 
  • Upadacitinibe, um inibidor da JAK usado na dermatite atópica 
  • Omalizumabe, um medicamento anti-IgE utilizado principalmente no tratamento de asma alérgica e urticária crônica. 

Atualização das evidências científicas em imunoterapia para alérgenos 

Em relação as diferenças entre imunoterapia subcutânea (SC) e sublingual (SL) para aeroalérgenos, já está claro que ambas as modalidades são capazes de gerar mudanças no perfil imunológico que favorecem a tolerância, como a produção de IgG4 específica e células T reguladoras. No entanto, a ação da imunoterapia SL sobre outros parâmetros de resposta imune como aumento de células B reguladoras permanece obscuro. Além disso, a mesma parece ter uma resposta clínica de intensidade menor se comparada com a SC, sendo essa a preferida em pacientes polissensibilizados. De qualquer forma, na imunoterapia SL o risco de reações sistêmicas é menor, o que possibilita a progressão de doses em casa, sendo mais cômodo para o paciente. 

Sobre a imunoterapia oral para alimentos, foram apresentados diversos estudos mostrando tal modalidade como uma alternativa importante no tratamento das alergias alimentares persistentes, porém pelo alto risco de reação sistêmica e por não haver ainda protocolos bem estabelecidos, a maioria das sociedades não recomenda esta modalidade de tratamento na prática clínica. A expectativa é de que nos próximos anos a imunoterapia oral para alimentos seja sim uma opção terapêutica eficaz e segura.

Considerações finais e mensagem prática

Sem dúvidas, esse foi o congresso da medicina de precisão, seguindo uma tendência mundial que engloba virtualmente todas as especialidades. A velocidade na qual surgem novas opções diagnósticas e terapêuticas para as doenças alérgicas reafirma a importância deste tipo de evento como forma de atualizar e capacitar os profissionais da área. 

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