D., de 17 anos, vem à unidade de saúde buscando atendimento com o médico de sua equipe de referência. Conta que precisa urgentemente de uma consulta, mas não quer dizer o motivo para outras pessoas que não o seu médico. Ao ficar sabendo da situação, o médico da equipe de Saúde da Família de D. solicita que ele seja “encaixado” em sua agenda e diz que o atenderá em alguns instantes.
No consultório, aparentando estar um pouco envergonhado, D. conta que percebeu “algo estranho no saco escrotal”. Ele relata aumento no volume escrotal e dor testicular intensa no testículo direito, quadro que havia iniciado no mesmo dia pela manhã. Explica que sempre teve uma “sensação de peso” na região e que havia sido diagnosticado com “varizes de testículo”, quadro que lhe foi passado, na época, como sendo benigno, sem merecer maiores preocupações e sem necessitar intervenção.
Ao exame, D. apresenta dor intensa ao toque e edema escrotal.
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Quiz PEBMED
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1. Pergunta
Qual das alternativas abaixo apresenta apenas informações corretas sobre a abordagem necessária para esse caso?
Correto
Resposta: D
Quadros de escroto agudo, como o apresentado por D., devem ser rapidamente manejados devido ao risco de perda testicular, principalmente por casos de torção do cordão espermático, que representam cerca de um terço dos diagnósticos de pacientes com o quadro. Já o relato prévio de “sensação de peso” provavelmente se deve a uma varicocele, cuja abordagem é clínica, desde que não haja desconforto importante ou infertilidade associada. Contudo, a agudização do quadro necessita pronta investigação.
Assim, a anamnese e o exame físico devem ser realizados buscando realizar o diagnóstico diferencial (epididimite, orquites, torção testicular, trauma etc). D. encontra-se na idade do pico de incidência da torção testicular (14 a 18 anos). O exame físico será essencial:
Inspeção: orientação testicular normal (longitudinal) nas orquiepididimites; comumente transversal na torção testicular;
Palpação: edema e dor que produzem hidrocele reativa e hiperemia da parede escrotal são característicos da torção testicular. Na epididimite, e epidídimo encontra-se amolecido e edemaciado no início do quadro. Em estágios mais avançados, pode se apresentar com sinais semelhantes aos da torção testicular;
Avaliação do reflexo cremastérico (elevação do testículo em resposta ao estímulo tátil na parte interna da coxa superior): presente nas orquiepididimites e na torção do apêndice testicular e quase sempre ausente na torção testicular;
Sinal de Prehn (melhora do quadro álgico com a suspensão da bolsa escrotal): positivo nas orquiepididimites. Nas torções, a dor tende a se manter ou piorar.
D. deve ser encaminhado para avaliação cirúrgica de forma urgente, pela suspeita de torção. Manobras manuais no primeiro atendimento podem aliviar a dor, contudo torções parciais podem persistir e estas demandam abordagem cirúrgica o mais breve possível.
Referências bibligráficas:
Schmitz D, Safranek S. Clinical inquiries. How useful is a physical exam in diagnosing testicular torsion? J Fam Pract. 2009;58(8):433-434.
Stewart A, Ubee SS, Davies H. Epididymo-orchitis. BMJ. 2011;342:d1543.
Gusso G, Lopes JMC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade – 2a edição. Editora Artmed, 2019.
Incorreto
Resposta: D
Quadros de escroto agudo, como o apresentado por D., devem ser rapidamente manejados devido ao risco de perda testicular, principalmente por casos de torção do cordão espermático, que representam cerca de um terço dos diagnósticos de pacientes com o quadro. Já o relato prévio de “sensação de peso” provavelmente se deve a uma varicocele, cuja abordagem é clínica, desde que não haja desconforto importante ou infertilidade associada. Contudo, a agudização do quadro necessita pronta investigação.
Assim, a anamnese e o exame físico devem ser realizados buscando realizar o diagnóstico diferencial (epididimite, orquites, torção testicular, trauma etc). D. encontra-se na idade do pico de incidência da torção testicular (14 a 18 anos). O exame físico será essencial:
Inspeção: orientação testicular normal (longitudinal) nas orquiepididimites; comumente transversal na torção testicular;
Palpação: edema e dor que produzem hidrocele reativa e hiperemia da parede escrotal são característicos da torção testicular. Na epididimite, e epidídimo encontra-se amolecido e edemaciado no início do quadro. Em estágios mais avançados, pode se apresentar com sinais semelhantes aos da torção testicular;
Avaliação do reflexo cremastérico (elevação do testículo em resposta ao estímulo tátil na parte interna da coxa superior): presente nas orquiepididimites e na torção do apêndice testicular e quase sempre ausente na torção testicular;
Sinal de Prehn (melhora do quadro álgico com a suspensão da bolsa escrotal): positivo nas orquiepididimites. Nas torções, a dor tende a se manter ou piorar.
D. deve ser encaminhado para avaliação cirúrgica de forma urgente, pela suspeita de torção. Manobras manuais no primeiro atendimento podem aliviar a dor, contudo torções parciais podem persistir e estas demandam abordagem cirúrgica o mais breve possível.
Referências bibligráficas:
Schmitz D, Safranek S. Clinical inquiries. How useful is a physical exam in diagnosing testicular torsion? J Fam Pract. 2009;58(8):433-434.
Stewart A, Ubee SS, Davies H. Epididymo-orchitis. BMJ. 2011;342:d1543.
Gusso G, Lopes JMC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade – 2a edição. Editora Artmed, 2019.
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A respeito do acompanhamento desta paciente e de outros casos de abortamento provocado, qual das alternativas a seguir você deve considerar como sendo mais adequada? Clique no banner abaixo e responda no nosso fórum.
Editor-chefe de Medicina de Família e Comunidade do Whitebook ⦁ Graduação em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF) ⦁ Residência em Medicina de Família e Comunidade pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e em Administração em Saúde (UERJ) ⦁ Mestre em Saúde da Família (UFF) ⦁ Doutorando em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz) ⦁ Direto Médico na Conviver Health ⦁ Professor do Departamento de Medicina Integral, Familiar e Comunitária da UERJ