Para dar continuidade no segundo dia do XVIII Fórum Internacional de Sepse, em São Paulo, na mesa redonda “Desafios da equipe multidisciplinar na implementação do protocolo de sepse” foi discutido sobre a triagem sob a perspectiva do sepse possível ou sepse provável com a enfermeira Carolina Resende.
Destaca-se o reconhecimento precoce através da triagem de pacientes com sepse e de alto risco pois são associados a melhores resultados de adesão aos pacotes de sepse e redução da mortalidade.
Quanto às ferramentas, são projetadas para promover a identificação de sepse e o quick sofa não foi recomendado no Surviving Sepsis Campain de 2021. Portanto, deve-se utilizar o SIRS (critérios da síndrome da resposta inflamatória), NEWS (National Early Warning Score) ou MEWS (Modified Early Warning Score).
A recomendação para triagem de pacientes com sepse, de acordo com o Instituto Latino Americano de Sepse, consiste em avaliar a presença de sinais de disfunção orgânica ou presença de critérios de síndrome de resposta inflamatória sistêmica (SIRS).
Caso o paciente apresente disfunção orgânica ou dois critérios de SRIS, acionar a equipe médica. Em seguida, verificar se o paciente tem foco infeccioso suspeito ou confirmado. Atentar se o paciente está em cuidados paliativos ou sintomas de leves de covid. Nesse caso, encerra-se o protocolo de sepse e é dado o seguimento adequado.
Se o paciente apresentar disfunção orgânica, conduzir o protocolo com investigação laboratorial e iniciar antibioticoterapia na primeira hora. Se não apresentar, considerar apenas SIRS e investigar sepse possível ou sepse provável.
Considerar como sepse provável, se apresentar os seguintes fatores de risco: idoso, imunodeprimido e portador de comorbidades (maior risco de mortalidade). Porém, se o paciente não possuir fatores de risco, investigar se realmente tem infecção ou disfunção orgânica laboratorial (nesse caso, ponderar sepse possível).
Pontos de destaque:
- Importância de implementar protocolos e do envolvimento da equipe;
- Independente da ferramenta utilizada, a equipe de enfermagem precisa saber avaliar se o paciente apresenta disfunção orgânica ou dois critérios de SIRS, se possui sinais e sintomas de infecção e classificar como disfunção orgânica ou SIRS e então se sepse possível ou sepse provável.
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Referências Bibliográficas
- Evans L, Rhodes A, Alhazzani W, et al. Surviving Sepsis Campaign: International Guidelines for Management of Sepsis and Septic Shock 2021 [Published online ahead of print, Oct 2 2021]. Intensive Care Med. 2021; Doi: 10.1007/s00134-021-06506-y.
- Instituto Latino Americano de Sepse. Nota técnica – Diretrizes da Campanha de Sobrevivência a Sepse 2020. Outubro, 2021.