Introdução alimentar tradicional

O que o enfermeiro precisa saber para auxiliar na introdução alimentar saudável e exitosa durante as consultas de puericultura?

A introdução alimentar complementar consiste no período de introdução de alimentos sólidos à dieta da criança de modo a complementar a nutrição oferecida pelo leite materno ou fórmula láctea infantil.

Leia também: Estudo compara ingestão de nutrientes em bebês de 6 a 12 meses utilizando o desmame tradicional ou o método BLW

Introdução alimentar tradicional

Importância

É um período fundamental para a criação de hábitos alimentares saudáveis dessa criança e período no qual os cuidadores dessas crianças apresentam diversas dúvidas e inseguranças, por isso é fundamental que o enfermeiro tenha bastante conhecimento sobre a temática, paciência e empatia na consulta de puericultura.

A introdução de novos alimentos deve se iniciar quando a criança completa 6 meses até que ao completar 1 ano consiga consumir as mesmas refeições que a família inteira.

Existem basicamente 3 métodos de introdução alimentar: introdução alimentar tradicional, o BLW e o BLISS. Nesse texto vamos detalhar o método tradicional e o BLW e o BLISS serão detalhados em outro texto.

Método tradicional

Ele consiste na oferta de alimentos amassados ou ralado/raspados utilizando talheres por parte dos pais, com evolução da consistência e variedade dos alimentos.

É recomendado que a criança consuma alimentos sem adição de açúcar até que ela complete 2 anos de idade para não incentivar a formação de um paladar acostumado com excesso de açúcar. Vale lembrar que qualquer tipo de açúcar deve ser evitado nesse período (refinado, mascavo, cristal, mel, melado etc). Por outro lado, a adição de sal deve ser evitada até que a criança complete 1 ano de vida. Após essa idade, pode usar sal com moderação.

Às preparações pode-se adicionar 1 colher de sopa rasa de óleo de soja ou de canola ou azeite de oliva.

Saiba mais: Como a alimentação pode influenciar no sistema imune infantil?

No período de introdução alimentar é fundamental que a criança seja apresentada à maior variedade possível de alimentos, de modo que o paladar se familiarize com a maior quantidade possível de alimentos.

Aos 6 meses a criança deve ser apresentada primeiramente às frutas raspadas ou amassadas e em seguida à alimentação “salgada”. A papa ou purê salgado deve conter cereais ou tubérculos + leguminosas + legumes ou verduras + carne, ovos ou derivados de leite. É importante lembrar que a criança precisa ter contato de 8 a 10 vezes com cada alimento para que habitue o paladar àquele alimento.

Idade 6 meses 7-8 meses 9-11 meses 12-24 meses
Volume a ser ofertado 2 a 3 colheres de sopa 160-170 ml 190-200 ml Quantidade suficiente para a saciedade da criança
Quantidade de refeições 2 a 3 refeições 3 a 4 refeições 5 refeições 5-6 refeições junto com a família
Consistência Papas ou purês salgados e frutas amassadas ou raspadas Purê ou alimentos pouco amassados, frutas amassadas ou raspadas Alimentos pouco amassados ou em pequenos pedaços, frutas macias in natura Mesma consistência do preparo para os adultos

Referências bibliográficas:

  • Sociedade Brasileira de Pediatria – Departamento de Nutrologia Manual de Alimentação: orientações para alimentação do lactente ao adolescente, na escola, na gestante, na prevenção de doenças e segurança alimentar / Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Nutrologia. – 4ª. ed. – São Paulo: SBP, 2018.
  • Fewtrell M; Bronsky J, Campoy C, Domello M, Embleton N, Hojsak et al. Complementary Feeding: A Position Paper by the European Society for Paediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition (ESPGHAN) Committee on Nutrition. JPGN 2017;64: 119–132
  • Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança : aleitamento materno e alimentação complementar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015.
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  • Ministério da Saúde (BR). Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. (Cadernos de Atenção Básica, n. 33)
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  • Husby S. Food allergy as seen by a pediatric gastroenterologista. J. Pediatr. Gastroenterol. Nutr., p. 49- 52, 2008. Suppl.
  • National Institute for Allergy and Infectious Disease. Guidelines for the diagnosis and management of food allergy. 2010
  • Organización Mundial de la Salud. La alimentación del lactante y del niño pequeño: capítulo modelo para libros de texto dirigidos a estudiantes de medicina y otras ciencias de la salud. Genebra: OMS, 2010

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