Música para melhorar a saúde do seu paciente

Quem não gosta de ouvir música? Cada um com o seu estilo, no seu tempo, no local que prefere, na companhia que prefere. A história aponta que esta forma de arte surgiu há 50.000 anos no continente Africano. Desde então, esta manifestação cultural transforma som e silêncio em experiência sensitiva para os seres humanos. A …

Quem não gosta de ouvir música? Cada um com o seu estilo, no seu tempo, no local que prefere, na companhia que prefere. A história aponta que esta forma de arte surgiu há 50.000 anos no continente Africano. Desde então, esta manifestação cultural transforma som e silêncio em experiência sensitiva para os seres humanos. A música acalma, anima, compõe a trilha para sentimentos, atitudes e emoções. A música é parte do cotidiano de todos nós e melhora nosso bem estar.

Pensando nisso, um grupo de pesquisadores britânicos fez uma revisão sistemática e meta-análise com 70 estudos randomizados onde avaliou-se o uso da música em pacientes cirúrgicos. O estudo, publicado no LANCET em 13 de agosto, apontou que o uso de música no pré, peri e pós operatório reduziu a dor e a ansiedade do paciente, permitindo assim o uso de menores doses de medicamentos analgésicos no pós operatório. Todos os resultados apresentaram significância estatística. O tipo de música utilizada e o tempo de exposição não apresentaram diferença significativa, porém, o uso no pré operatório pareceu ser o mais eficiente e relaxante de todos. E apesar disso a música foi eficiente mesmo quando colocada para o paciente sob anestesia geral.

Resultados positivos com uso de música durante tratamentos médicos não é nenhuma novidade. É conhecido que a música melhora o comportamento de pacientes em hospitais psiquiátricos, auxilia o tratamento de pacientes idosos em depressão e distraem pacientes submetidos a procedimentos invasivos como colonoscopia e endoscopia.

Um outro estudo, publicado no JAMA em 2013, demonstrou que o uso de música em unidades de terapia intensiva reduziu a ansiedade dos pacientes internados e permitiu uso de doses mais baixas de sedativos. Pacientes submetidos ao VAS (visual analog scale de 100 pontos para ansiedade) reduziram em 19 pontos o seu índice após serem expostos a música na internação. Não houve diferença no uso de headphones ou não neste estudo.

Música para os ouvidos. Música para o coração. Música para um melhor cuidado do seu paciente. Uma pequena ação pode trazer um maior conforto, reduzir ansiedade, reduzir uso de medicamentos e promover uma melhor qualidade no tratamento. A música reduzirá o estresse, a ansiedade, a dor, a solidão, a depressão. A música melhora a cognição e a memória. Muitos estudos ainda precisam ser desenvolvidos, entretanto os benefícios aparecem a cada dia e não há malefícios. Uma certeza este autor pode afirmar: na minha próxima internação ou cirurgia pretendo escolher a trilha sonora que irá me acompanhar em meu tratamento.

 

Referências:

  • Music as an aid for postoperative recovery in adults: a systematic review and meta-analysis – Jenny Hole, Martin Hirsch, Elizabeth Ball, Catherine Meads. The Lancet Aug 13 2015.
  • Effects of patient-directed music intervention on anxiety and sedative exposure in critically ill patients receiving mechanical ventilatory support: a randomized clinical trial. – Chlan LL1, Weinert CR, Heiderscheit A, Tracy MF, Skaar DJ, Guttormson JL, Savik K. JAMA JUN 12 2015

 

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