Proteína amiloide aumentada causa déficit cognitivo na população geral

Estudo publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) Neurology revelou que proteína amiloide associa-se com piora cognitiva e neurodegeneração na população geral mesmo em pessoas sem aparente déficit cognitivo. Indivíduos com cognição normal porém com proteína amiloide aumentada (amiloide positivo) apresentaram risco aumentado de evoluir com comprometimento cognitivo, sendo este risco de 8 a …

Estudo publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) Neurology revelou que proteína amiloide associa-se com piora cognitiva e neurodegeneração na população geral mesmo em pessoas sem aparente déficit cognitivo.

Indivíduos com cognição normal porém com proteína amiloide aumentada (amiloide positivo) apresentaram risco aumentado de evoluir com comprometimento cognitivo, sendo este risco de 8 a 10% por ano nesta população, enquanto o risco na população não-amiloide positivo foi de 1 a 2%.

Os resultados parciais publicados foram resultantes da análise de 564 indivíduos cognitivamente normais com idade média de 78 anos. No início do estudo, os participantes foram submetidos a ressonância magnética, PET-scan com fluorodeoxiglicose para avaliação do metabolismo cerebral de glicose, e PET-scan com PiB para avaliação do nível de proteína amiloide.

Após o seguimento, indivíduos com níveis elevados de proteína amiloide no início do acompanhamento apresentaram maior declínio cognitivo em todos os domínios, exceto linguagem. Também se observou maior acúmulo de proteína amiloide no período, atrofia hipocampal e dilatação ventricular.

O pioneirismo deste estudo é por se tratar do primeiro utilizando uma população geral, excluído o viés de seleção de ensaios clínicos anteriores, em que pessoas se candidatavam ao estudo, sendo muitas vezes motivadas pelo forte histórico familiar, e, portanto, apresentando maior risco.

Observou-se também que indivíduos amiloide positivos com déficit cognitivo apresentam progressão acelerada da perda cognitiva quando comparados a indivíduos amiloide negativos também com déficit cognitivo.

Embora os resultados apontem para um importante marcador de neurodegeneração cognitiva, os próprios pesquisadores alertam para a prematuridade na análise dos achados em proceder a recomendações formais de rastreio. A análise ainda é muito precoce e não se conhece a longo prazo o curso natural da deposição amiloide, bem como não se sabe o que fazer com pacientes que são amiloide positivo para prevenir ou retardar a progressão.

Caso alguma recomendação de profilaxia venha a surgir para estes pacientes, no entanto, exames de detecção do aumento na proteína amiloide se tornariam úteis para indicar a profilaxia. No momento, a recomendação válida para qualquer indivíduo é: estilo de vida saudável, com exercícios aeróbios, interação social, atividade intelectual frequente e dieta balanceada.

 

Referências Bibliográficas:

  • Association of Elevated Amyloid Levels With Cognition and Biomarkers in Cognitively Normal People From the Community: https://archneur.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=2470416

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