Crianças e adolescentes podem ser levados a serviços de urgência em psiquiatria ou necessitar de suporte em saúde mental por diversas razões. Destacam-se situações de agitação e agressividade, maus-tratos, ideação suicida e automutilação.
Outras situações que podem surgir nesses serviços são transtornos alimentares, transtornos de personalidade, complicações por HIV ou outras doenças clínicas e delirium. Entretanto, essas questões serão abordadas separadamente. A prevalência de transtornos mentais em crianças e adolescentes de diversos países gira em torno de 13,4% – considerando sempre as variações regionais. Este número vem crescendo nos últimos anos.
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Não é possível estabelecer uma única etiologia, pois são diversas as apresentações de pacientes nas emergências e urgências. Entretanto, é possível destacar alguns fatores de risco:
Apresentar contexto familiar desfavorável |
Ter mau desempenho acadêmico/escolar |
Ser estrangeiro |
Ser adotado |
Ter mais idade/ser mais velho |
Morar em áreas urbanas |
Fazer uso de substâncias |
Ter alguma forma de transtorno mental |
Cabe ressaltar que crianças têm dificuldade para se expressar, sendo muitas vezes as alterações de comportamento uma forma de expressão incompreendida.
Agitação, comportamento desorganizado e agressividade
Estes quadros, muitas vezes, são o resultado de uma combinação de fatores internos (transtorno mental ou sofrimento) e externos (“gatilhos”), que devem ser investigados. Confira, abaixo, exemplos de situações que podem estar relacionadas a agitação, agressividade e comportamento desorganizado em emergências:
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- Transtorno de conduta: mesmo que estejam calmos no momento e não necessitem de uma intervenção imediata, podem apresentar critérios para internação pela psiquiatria (que pode ser compulsória); o manejo desses casos pode ser difícil e desafiador;
- Uso, intoxicação ou overdose por uma substância: comportamentos agitados e agressivos podem ser consequência do uso de uma medicação (iatrogenia) ou uma intoxicação acidental ou intencional; é necessário investigar a substância causadora, priorizar a abordagem de complicações clínicas e atenção para as interações farmacológicas;
- Transtornos do neurodesenvolvimento (comprometimento intelectual, TEA, TDAH etc): nestes casos, avaliar se há alguma causa clínica (dor ou infecção) que pode estar relacionada a quadros de agitação ou agressividade súbitas; pode haver necessidade de observação por período prolongado ou internação;
- Transtornos psicóticos (esquizofrenia, transtorno bipolar etc.): Podem ter início durante a adolescência; nestes casos, pode haver necessidade de observação por período prolongado ou internação.
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