Mulher de 20 anos comparece ao Centro de Saúde com queixa de lesões de pele recorrentes (imagens 1 a 3) desde os quatro anos de idade. Inicialmente, as lesões acometiam regiões de dobras dos braços e pernas, mas, há cinco anos, passaram a ocorrer de forma disseminada pelo corpo, concentrando-se no dorso. As lesões são pruriginosas, aparecem cerca de duas vezes por mês e pioram em momentos de estresse ou com uso de roupas de lã. Há melhora parcial com uso de corticoide tópico.
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Quiz PEBMED
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1. Pergunta
Considerando as imagens apresentadas e o caso descrito, qual o diagnóstico mais provável para essa paciente?
Correto
Resposta: c) Dermatite atópica
Resposta com explicação:
A dermatite atópica (DA), ou eczema atópico, é uma doença inflamatória cutânea crônica multifatorial de diagnóstico essencialmente clínico. O critério de Hanifin e Rajka é o mais utilizado, devendo o paciente apresentar três critérios maiores e três menores para o diagnóstico da doença. A paciente do caso apresenta três critérios maiores: prurido, dermatite crônica e recidivante e morfologia e distribuição típica das lesões (explicitadas pelas marcações que se seguem) e três menores – xerose, curso influenciado por fatores ambientais e curso influenciado por fatores emocionais.
A patogênese da DA é complexa, envolvendo alterações genéticas da barreira cutânea e uma predisposição do sistema imune a estabelecer reações de hipersensibilidade mediada por IgE a antígenos indolentes a outras pessoas. Está muitas vezes associada a outras atopias, como asma e rinite alérgica, caracterizando a chamada “tríade atópica”. Cerca de 60% dos casos de DA manifestam-se no primeiro ano de vida. A doença tem forma leve em 80% das crianças e melhora gradualmente até o fim da infância em cerca de 70% dos casos.
A principal complicação da dermatite atópica é a infecção secundária, principalmente devido à alteração da barreira cutânea típica da doença e à contaminação bacteriana por Staphylococcus aureus com o prurido. O manejo da dermatite atópica consiste em cuidados gerais e tratamento medicamentoso, e varia de acordo com a gravidade da doença (tabela 3).
As demais afirmativas são diagnósticos diferenciais, entretanto, como explicitado anteriormente, a apresentação das lesões da paciente não corresponde ao quadro típico de nenhuma delas:
A dermatite seborreica é uma inflamação de pele que cursa com descamação e eritema, principalmente nas regiões mais oleosas da face, como sobrancelhas, couro cabeludo e orelhas. Há placas brancas e amareladas que descamam e geram prurido.
A dermatite de contato é uma reação inflamatória em resposta à exposição a um agente, podendo ser irritativa ou alérgica. Na dermatite irritativa, as lesões são geralmente restritas à região do contato e cursam com prurido, eritema, ressecamento da pele e até fissuras.
Por fim, a psoríase é uma doença de pele crônica e não contagiosa, caracterizada pela formação de placas secas e espessas, bem delimitadas, avermelhadas e com escamas esbranquiçadas, quadro não compatível com o da paciente do caso.
Para se aprofundar nos critérios diagnósticos e na classificação dermatológica das lesões cutâneas, acesse o caso 407 no site do Imagem da Semana!
Autor:Rafaela de Souza Furtado
Revisores:André Luís Drumond, Leandra Diniz, Rafael Arantes, Melina Araújo, Larissa Rezende e Prof. Júlio Guerra Domingues.
Orientadores:Dra. Raquel Ferreira Queiroz, Dr. Júlio Guerra Domingues
Referências:
Leite RMS, Leite AAC, Costa IMC. Dermatite atópica: uma doença cutânea ou uma doença sistêmica? A procura de respostas na história da dermatologia. An Bras Dermatol. 2007;82(1):71-8.
Carvalho VO, Sole D, Antunes AA, Bau AEK, Kuschnir FC, Mallozzi MC, et al. Guia Prático de atualizaçao em dermatite atópica Parte II: abordagem terapêutica. Arq Asma Alerg Imunol. 2017;1:157-82.
Castro APM, Sole D, Filho NAR et al (2006) Guia prático para manejo da dermatite atópica. Opinião conjunta de especialistas em alergologia da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia e da Sociedade Brasileira de Pediatria. Rev Bras Alerg Imunopatol 6:267–282
Wollenberg A et al. “Consensus-based European guidelines for treatment of atopic eczema (atopic dermatitis) in adults and children: part I.” Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology : JEADV vol. 32,5 (2018): 657-682.
Incorreto
Resposta: c) Dermatite atópica
Resposta com explicação:
A dermatite atópica (DA), ou eczema atópico, é uma doença inflamatória cutânea crônica multifatorial de diagnóstico essencialmente clínico. O critério de Hanifin e Rajka é o mais utilizado, devendo o paciente apresentar três critérios maiores e três menores para o diagnóstico da doença. A paciente do caso apresenta três critérios maiores: prurido, dermatite crônica e recidivante e morfologia e distribuição típica das lesões (explicitadas pelas marcações que se seguem) e três menores – xerose, curso influenciado por fatores ambientais e curso influenciado por fatores emocionais.
A patogênese da DA é complexa, envolvendo alterações genéticas da barreira cutânea e uma predisposição do sistema imune a estabelecer reações de hipersensibilidade mediada por IgE a antígenos indolentes a outras pessoas. Está muitas vezes associada a outras atopias, como asma e rinite alérgica, caracterizando a chamada “tríade atópica”. Cerca de 60% dos casos de DA manifestam-se no primeiro ano de vida. A doença tem forma leve em 80% das crianças e melhora gradualmente até o fim da infância em cerca de 70% dos casos.
A principal complicação da dermatite atópica é a infecção secundária, principalmente devido à alteração da barreira cutânea típica da doença e à contaminação bacteriana por Staphylococcus aureus com o prurido. O manejo da dermatite atópica consiste em cuidados gerais e tratamento medicamentoso, e varia de acordo com a gravidade da doença (tabela 3).
As demais afirmativas são diagnósticos diferenciais, entretanto, como explicitado anteriormente, a apresentação das lesões da paciente não corresponde ao quadro típico de nenhuma delas:
A dermatite seborreica é uma inflamação de pele que cursa com descamação e eritema, principalmente nas regiões mais oleosas da face, como sobrancelhas, couro cabeludo e orelhas. Há placas brancas e amareladas que descamam e geram prurido.
A dermatite de contato é uma reação inflamatória em resposta à exposição a um agente, podendo ser irritativa ou alérgica. Na dermatite irritativa, as lesões são geralmente restritas à região do contato e cursam com prurido, eritema, ressecamento da pele e até fissuras.
Por fim, a psoríase é uma doença de pele crônica e não contagiosa, caracterizada pela formação de placas secas e espessas, bem delimitadas, avermelhadas e com escamas esbranquiçadas, quadro não compatível com o da paciente do caso.
Para se aprofundar nos critérios diagnósticos e na classificação dermatológica das lesões cutâneas, acesse o caso 407 no site do Imagem da Semana!
Autor:Rafaela de Souza Furtado
Revisores:André Luís Drumond, Leandra Diniz, Rafael Arantes, Melina Araújo, Larissa Rezende e Prof. Júlio Guerra Domingues.
Orientadores:Dra. Raquel Ferreira Queiroz, Dr. Júlio Guerra Domingues
Referências:
Leite RMS, Leite AAC, Costa IMC. Dermatite atópica: uma doença cutânea ou uma doença sistêmica? A procura de respostas na história da dermatologia. An Bras Dermatol. 2007;82(1):71-8.
Carvalho VO, Sole D, Antunes AA, Bau AEK, Kuschnir FC, Mallozzi MC, et al. Guia Prático de atualizaçao em dermatite atópica Parte II: abordagem terapêutica. Arq Asma Alerg Imunol. 2017;1:157-82.
Castro APM, Sole D, Filho NAR et al (2006) Guia prático para manejo da dermatite atópica. Opinião conjunta de especialistas em alergologia da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia e da Sociedade Brasileira de Pediatria. Rev Bras Alerg Imunopatol 6:267–282
Wollenberg A et al. “Consensus-based European guidelines for treatment of atopic eczema (atopic dermatitis) in adults and children: part I.” Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology : JEADV vol. 32,5 (2018): 657-682.
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Excelência em oncologia, o Hospital de Amor (atual nome do Hospital de Câncer de Barretos), com 59 anos de história, registra mais de 6 mil atendimentos por dia, 100% gratuitos, acolhendo pacientes de todo o Brasil, com profissionalismo e humanização. Décadas após a sua inauguração, e já consolidada na assistência oncológica, a instituição decide se dedicar também à Pesquisa de ponta na área e dá início, em 2008, às atividades do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP), que pouco mais de dez anos depois lidera, entre os hospitais da América Latina, o Scimago Institutions Rankings, um recurso internacional de avaliação científica que classifica universidades e instituições públicas ou privadas em todo o mundo, revelando algumas das principais dimensões (pesquisa, inovação e impacto social) de desempenho na pesquisa. Instagram e Twitter: @hospitaldeamor / Site: hospitaldeamor.com.br