RLT, masculino, 63 anos, dislipidêmico e com diagnóstico recente de mieloma múltiplo, comparece a consulta de rotina com os resultados dos exames previamente solicitados. Ao analisar os laudos, a médica assistente se deparou com resultados de proteína discrepantes entre dois exames na urina. Embora o resultado do EAS (também conhecido como urina tipo 1, sumário ou parcial de urina) não tenha apontado a presença de proteína (resultado negativo), a relação proteína/creatinina em amostra isolada de urina (spot) foi de 523,5 mg/g de creatinina (VR: até 200 mg/g de creatinina). A fim de esclarecer os resultados, a mesma entrou em contato com o médico patologista clínico do laboratório onde os exames foram realizados.
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Quiz PEBMED
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1. Pergunta
Ao analisar e discutir o caso com a médica assistente, o patologista clínico chegou à seguinte explicação mais provável:
Correto
Resposta: d) Cadeias leves livres na urina.
As fitas reagentes de urina, também chamadas de dipstick, são largamente utilizadas para uma avaliação semi-quantitativa de alguns parâmetros urinários no EAS, dentre eles a proteína.
Entretanto, devido a características analíticas das fitas reagentes, elas só são capazes de detectar, com uma maior sensibilidade, a presença de albumina na amostra. Ou seja, todas as outras proteínas eventualmente presentes na urina podem não ser devidamente identificadas pela fita.
No caso em questão, o paciente apresenta um diagnóstico prévio de mieloma múltiplo. Essa doença pode, em uma proporção significativa de casos, elevar a produção de cadeias leves livres no soro (kappa ou lambda) e, em última análise, a sua excreção renal. Por ter uma melhor sensibilidade apenas para a determinação da albumina, a fita reagente não indicou a presença dessas cadeias leves livres na urina.
Contudo, também havia sido solicitado em conjunto a relação proteína/creatinina em amostra de urina. O ensaio utilizado para a determinação da proteína total na urina (parâmetro necessário para o cálculo dessa relação), é realizado com um kit diagnóstico específico e por uma outra metodologia. Esse ensaio possui uma maior sensibilidade, em relação a tira reagente, para a detecção de todos os tipos de proteínas presentes na amostra, inclusive das cadeias leves livres.
Referências bibliográficas:
Kanaan S. Laboratório com interpretações clínicas. 1a ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 2019.
McPherson RA, Pincus MR. Henry’s clinical diagnosis and management by laboratory methods. 23rd ed. St. Louis, MO: Elsevier; 2017.
Rajkumar SV. Multiple myeloma: 2020 update on diagnosis, risk‐stratification and management. American journal of hematology 95.5 (2020): 548-567. doi: 10.1002/ajh.25791
SBPC/ML. Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML): fatores pré-analíticos e interferentes em ensaios laboratoriais. 1.ed. Barueri: Manole, 2018.
Total Protein Urine/CSF Gen.3. Roche Diagnostics, 2018. Versão 13.0 Português. Bula de fabricante.
Uri-Color Check. WAMA Diagnóstica. II Edição: Rev. 10/2010. Bula de fabricante.
Urofita 10DLU. ALERE S/A. Versão 04 – Jan/17. Bula de fabricante.
Incorreto
Resposta: d) Cadeias leves livres na urina.
As fitas reagentes de urina, também chamadas de dipstick, são largamente utilizadas para uma avaliação semi-quantitativa de alguns parâmetros urinários no EAS, dentre eles a proteína.
Entretanto, devido a características analíticas das fitas reagentes, elas só são capazes de detectar, com uma maior sensibilidade, a presença de albumina na amostra. Ou seja, todas as outras proteínas eventualmente presentes na urina podem não ser devidamente identificadas pela fita.
No caso em questão, o paciente apresenta um diagnóstico prévio de mieloma múltiplo. Essa doença pode, em uma proporção significativa de casos, elevar a produção de cadeias leves livres no soro (kappa ou lambda) e, em última análise, a sua excreção renal. Por ter uma melhor sensibilidade apenas para a determinação da albumina, a fita reagente não indicou a presença dessas cadeias leves livres na urina.
Contudo, também havia sido solicitado em conjunto a relação proteína/creatinina em amostra de urina. O ensaio utilizado para a determinação da proteína total na urina (parâmetro necessário para o cálculo dessa relação), é realizado com um kit diagnóstico específico e por uma outra metodologia. Esse ensaio possui uma maior sensibilidade, em relação a tira reagente, para a detecção de todos os tipos de proteínas presentes na amostra, inclusive das cadeias leves livres.
Referências bibliográficas:
Kanaan S. Laboratório com interpretações clínicas. 1a ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 2019.
McPherson RA, Pincus MR. Henry’s clinical diagnosis and management by laboratory methods. 23rd ed. St. Louis, MO: Elsevier; 2017.
Rajkumar SV. Multiple myeloma: 2020 update on diagnosis, risk‐stratification and management. American journal of hematology 95.5 (2020): 548-567. doi: 10.1002/ajh.25791
SBPC/ML. Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML): fatores pré-analíticos e interferentes em ensaios laboratoriais. 1.ed. Barueri: Manole, 2018.
Total Protein Urine/CSF Gen.3. Roche Diagnostics, 2018. Versão 13.0 Português. Bula de fabricante.
Uri-Color Check. WAMA Diagnóstica. II Edição: Rev. 10/2010. Bula de fabricante.
Urofita 10DLU. ALERE S/A. Versão 04 – Jan/17. Bula de fabricante.
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Graduação em Medicina pela Universidade Gama Filho (UGF) • Residência Médica em Patologia Clínica/Medicina Laboratorial pela Universidade Federal Fluminense (UFF) • Membro titular da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) • Pós-Graduado em Medicina do Trabalho pela Faculdade Souza Marques (FTESM) • Responsável Técnico do Laboratório Morales (Grupo Tommasi) • Médico Patologista Clínico do Laboratório Central do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP/UFF) • Médico do corpo clínico do Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras (IETAP).