O eritema nodoso (EN) é uma patologia onde ocorre inflamação no tecido celular subcutâneo, caracterizando uma paniculite septal. No entanto, o mecanismo patogênico não é bem conhecido, sendo descrito papel relevante de ativação e desregulação da resposta imune.
Diversos contextos etiológicos estão associados ao eritema nodoso, podendo ser idiopático, onde não é encontrada nenhuma patologia associada, ou secundário, podendo ocorrer no curso de muitas doenças antes mesmo de manifestações clínicas típicas da doença basal.
A etiologia de destaque são processos infecciosos, com maior importância para infecção estreptocócica, sendo comum o surgimento do EN cerca de duas ou três semanas após o quadro.
Outras etiologias são:
- Sarcoidose;
- Tuberculose;
- Doença de Crohn;
- Retocolite ulcerativa;
- Doença de Behçet;
- Neoplasias.
Importante ressaltar que medicações também são descritas como etiologia possível, até mesmo o uso de anticoncepcionais orais, além de processos fisiológicos como a gestação.
A apresentação clínica comum é o surgimento de nódulos eritematosos e dolorosos na região anterior dos membros inferiores, geralmente com acometimento simétrico e especialmente na região pré-tibial, mas pode surgir também nos membros superiores, pescoço e face.
Esses nódulos não evoluem com ulceração ou necrose, tendo regressão geralmente entre duas a oito semanas, sem deixar cicatrizes locais. Sintomas como mal estar geral e artralgia podem ocorrer na apresentação clínica.
O tratamento e prognóstico é bom, uma vez que apresenta regressão espontânea e medicamentos como AINES e corticóides podem ser úteis em casos mais sintomáticos. Porém o principal contexto é a definição etiológica e seguimento terapêutico da doença de base, quando encontrada, sendo essencial uma anamnese minuciosa e uso de exames complementares.
A paciente em questão apresentava lesões típicas e na anamnese dirigida referia diagnóstico de amigdalite, com uso de antibióticos e resolução clínica há 20 dias.
Exames laboratoriais e radiológicos disponíveis não evidenciaram alterações, sendo encaminhada para seguimento clínico especializado.
Referências biliográficas:
- Pérez-Garza DM, Chavez-Alvarez S, Ocampo-Candiani J, Gomez-Flores M. Erythema Nodosum: A Practical Approach and Diagnostic Algorithm. Am J Clin Dermatol. 2021 May;22(3):367-378.
- Chowaniec M, Starba A, Wiland P. Erythema nodosum – review of the literature. Reumatologia. 2016;54(2):79-82.