A isotretinoína oral é um retinoide derivado da vitamina A, e nas últimas décadas tornou-se a opção mais eficaz para o tratamento de acne nódulo-cística. Foi aprovada para esse fim na década de 80 nos Estados Unidos e na década de 90 no Brasil. Seu uso off label vem sendo considerado em várias condições dermatológicas, dentre elas o rejuvenescimento.
Recentemente, discute-se o potencial da isotretinoína oral em baixas doses (em torno de 20 mg, três vezes por semana) para melhorar o quadro clínico e histológico de peles com fotodano. As biópsias de pele de indivíduos submetidos a esse tratamento não revelaram alterações muito expressivas em relação ao rejuvenescimento, mas a redução na expressão da proteína p53 pode indicar um uso promissor na prevenção do câncer de pele.
Apesar desse potencial terapêutico, os estudos apresentam resultados variáveis e não há comprovação da sua superioridade em relação ao uso combinado de fotoprotetor, hidratante e tretinoína tópica. Quanto à segurança, poucos efeitos colaterais foram observados, provavelmente devido à baixa dose, sendo a queilite leve e xerose cutânea as queixas mais comuns.
Conclui-se que apesar da medicação ter se mostrado segura para o rejuvenescimento, seu uso indiscriminado com objetivo estético não deve ser estimulado, especialmente em mulheres em idade fértil.
Referências bibliográficas:
- Abdelmaksoud A et. al. Low Dose of Isotretinoin: A comprehensive review. Dermatologic therapy Volume 33, Issue 2. March/April 2020.
- Bagatin E, Costa CS, Rocha MA, Picosse FR, Kamamoto CS, Pirmez R, et al. Consensus on the use of oral isotretinoin in dermatology – Brazilian Society of Dermatology. An Bras Dermatol. 2020;95(S1):19—38.
- E. Forbat, F.R. Ali & F. Al-Niaimi (2018): Dermatological indications for the use of isotretinoin beyond acne, Journal of Dermatological Treatment, DOI: 10.1080/09546634.2018.1445194