Quiz: não é só uma simples queda de cabelo. Saiba quando devemos nos preocupar.

Paciente saudável relata perda de cabelo progressiva nos últimos dois anos. Teste seus conhecimentos com o Quiz PEBMED.

Paciente do sexo feminino, 50 anos, saudável, relata perda de cabelo progressiva nos últimos dois anos, com necessidade do uso de apliques de cabelo, além de sensibilidade e ardência no couro cabeludo. Também perceber rarefação leve da cauda das sobrancelhas.  O exame físico chamou a atenção pela rarefação capilar importante no vértice e laterais do couro cabeludo. Com o dermatoscópio foi possível visualizar eritema e escamas ao redor dos folículos.  

Quiz 1/

Qual a principal suspeita e conduta? 

Comentários

Diante de uma história de perda de cabelo progressiva, eritema e sensibilidade no couro cabeludo, o diagnóstico de líquen plano pilar (LPP) deve ser suspeitado. O LPP é uma alopecia cicatricial crônica relativamente rara que acomete principalmente mulheres entre 40 a 70 anos. A fisiopatologia do LPP não é totalmente esclarecida, mas envolve uma reação autoimune mediada por células T às células foliculares. 

O diagnóstico é clínico e histológico, e pode ser um desafio no estágio inicial da doença. O LPP ativo clássico apresenta-se como lesões focais ou múltiplas principalmente no vértice e região parietal do couro cabeludo, e o exame físico revela eritema e escamas foliculares. Em estágios mais avançados percebemos a perda de cabelos dos folículos e áreas brancas irregulares (ciacatriciais). Sintomas como prurido, descamação, ardência e sensibilidade são descritos.  Na variante do tipo fibrosante frontal há um acometimento frontotemporal e do terço distal das sobrancelhas. 

A biópsia é importante para a diferenciação de outras alopecias cicatriciais, e revela infiltrado linfocítico ao redor do istmo folicular e do infundíbulo. Com a progressão da doença há destruição dos folículos pilosos. Em estágios tardios a biópsia é inespecífica em relação às demais alopecias cicatriciais. 

O tratamento objetiva reduzir os sintomas e evitar a progressão da doença. Em lesões circuncritas em estágio inicial os corticoides tópicos ou intralesionais e os inibidores da calcineurina podem ser aplicados. Para casos extensos e em progressão medicamentos sistêmicos como corticoides orais, hidroxicloroquina, ciclosporina ou metotrexato são empregados. Não há um tratamento padrão e a resposta parcial ou ausente às medicações é comum. Muito pacientes necessitam de agentes de segunda ou terceira linha. 

Referências bibliográficas:

  • Svigos K et al. A Practical Approach to the Diagnosis and Management of Classic Lichen Planopilaris. 
  • Starace M et al. Diffuse variants of scalp lichen planopilaris: Clinical, trichoscopic, and histopathologic features of 40 patients. J Am Acad Dermatol 2020 Dec;83(6):1659-1667. 
  • Kang H. Lichen  planopilaris. Dermatol Ther. 2008 Jul-Aug;21(4):249-56.  

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