Figura 1. Tomografia computadorizada do pescoço após administração do meio de contraste evidenciando glândula parótida direita com dimensões muito aumentadas e com hiperrealce pós contraste (seta vermelha).
A parotidite aguda trata-se da inflamação aguda da glândula parótida, extremamente comum na faixa pediátrica, na maioria das vezes, causada por processo infeccioso prévio, a maioria deles de etiologia viral. O vírus da caxumba (Paramyxovirus), em geral, causa comprometimento bilateral. No entanto, acometimento unilateral também pode ocorrer. Sialoadenite bacteriana é especialmente comum nas crianças e a glândula parótida é a mais comumente acometida, sendo seu principal agente etiológico envolvido o Staphylococcus aureus.
O quadro clínico cursa com sensibilidade ou dor na hemiface acometida, podendo ocorrer associado edema facial. Pode estar associado, ainda, à febre e leucocitose.
Dentre os achados de imagem, devemos ter em mente que a ultrassonografia cervical é o exame de imagem de escolha na população pediátrica. Demonstra com clareza o aumento de volume da glândula, sua heterogenicidade, com focos hiperecogênicos puntiformes que representam a ectasia dos ductos glandulares e linfonodos de permeio, bem como aumento da vascularização no estudo com Doppler colorido. Já a tomografia, exame de segunda linha nessa faixa etária, deve ser solicitada diante da suspeita de complicações, como presença de abscessos. Também observaremos após a administração do contraste uma glândula com sua atenuação e volume aumentados, difusamente heterogênea, podendo conter pequenas coleções no seu interior. Aqui vale a ressalva de realizar o estudo do pescoço sempre com o uso de contraste venoso (figura 1).
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