Quiz: Paciente com lesão pigmentada na face. Qual o diagnóstico?

A dermatoscopia apresentava pseudocistos córneos e pseudoaberturas foliculares. Confira o Quiz PEBMED e teste seus conhecimentos.

Paciente masculino, 79 anos, apresentando lesão pigmentada na face, na região temporal direita, de surgimento há dois anos, com crescimento lento. Refere prurido ocasionalmente. A dermatoscopia apresentava pseudocistos córneos e pseudoaberturas foliculares, mais evidentes sob luz não polarizada. Confira as imagens:

Quiz 1/

De acordo com as imagens clínicas e dermatoscópicas, qual é a hipótese diagnóstica principal?

Comentários

A ceratose seborreica é um tipo comum de tumor epidérmico prevalente em indivíduos de meia-idade e idosos. É um dos tipos mais comuns de tumores cutâneos vistos por médicos de cuidados primários e dermatologistas em ambulatório.

É essencial reconhecer suas características para diferenciar essas lesões de outros tumores cutâneos benignos e malignos.

Origina-se da proliferação benigna de queratinócitos imaturos, resultando em lesões  bem demarcadas, redondas ou ovais e planas. Eles são tipicamente de crescimento lento, podem aumentar de espessura ao longo do tempo e raramente se resolvem espontaneamente.
Podem ocorrer em qualquer topografia, exceto nas palmas, plantas e mucosas. Dependendo da localização da lesão, pode haver inflamação crônica, que leva a dor, prurido, eritema e sangramento ao redor do local.

Deve haver preocupação se houver crescimento súbito ou surgimento de múltiplas lesões.
O sinal de Leser-Trelat consiste no aparecimento súbito de ceratoses seborreicas, que podem ser sugestivas de malignidade interna, sendo mais comuns os carcinomas gastrointestinais ou pulmonares.

Diagnóstico

O diagnóstico se faz pela avaliação do padrão da lesão, podendo utilizar a dermatoscopia como método rápido e não invasivo.

Os achados do dermatoscópios para ceratose seborreica geralmente mostram pseudocistos córneos, pseudoaberturas foliculares, giros e sulcos.

Uma lesão típica normalmente pode ser identificada pela presença de dois componentes estruturais característicos: pseudoaberturas foliculares e pseudocistos córneos. Outros critérios primários incluem o padrão de giros e sulcos.

Em contraste com as cores marrons das lesões melanocíticas, observa-se um marrom-amarelado ou acinzentado nas queratoses seborreicas. Quando a lesão é levemente pigmentada, podemos identificar estruturas vasculares delicadas superficiais e bem demarcadas em forma de grampo de cabelo.

Se houver incerteza com o diagnóstico ou se houver outras preocupações de malignidade, como lesões ulceradas, mudança rápida de tamanho ou lesões muito grandes em geral, uma biópsia de pele seria recomendada para obter uma resposta definitiva.

Lesões suspeitas, sangrantes, de crescimento rápido ou que mudam apresentam um risco maior de malignidade e devem ser biopsiadas.

Tratamento

A escolha da terapia deve ser individualizada. As considerações devem incluir o tamanho e a espessura da lesão, o tipo de pele do paciente, a suspeita clínica de malignidade e a experiência clínica do médico.

Criocirurgia, excisão completa da lesão com sutura, eletrocoagulação com curetagem são os tratamentos mais utilizados.

Em 2018, o FDA aprovou uma solução tópica de peróxido de hidrogênio para o tratamento da ceratose seborreica. Houve um estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, conduzido com uma solução tópica de peróxido de hidrogênio a 40% que, no geral, foi bem tolerada e eficaz na remoção da lesão.

Os efeitos colaterais do tratamento foram geralmente leves e incluíram eritema, descamação e hiperpigmentação.

A terapia a laser é outra opção não cirúrgica para pacientes no tratamento da ceratose seborreica, como os lasers ablativos (lasers YAG e CO2) e lasers não ablativos (laser alexandrita 755 nm), porém mais estudos são necessários para esses tratamentos.

Referências bibliográficas:

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  • Stolz W, Braun-Falco O, Landthaler M, Burgdorf WHC, Cognetta AB. Atlas colorido de dermatoscopia. Traduzido por Araujo RSB. 2 ed. Rio de Janeiro: Di- Livros; 2002.

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