O dermatofibroma (DF) é uma neoplasia cutânea benigna do grupo dos tumores fibro-histiocíticos. É frequente e acomete a faixa etária de 20 a 30 anos. Geralmente, são lesões isoladas, únicas, ou em número reduzido, com mais predileção pelos membros inferiores.
Outras variantes incomuns já foram descritas, como: atróficas, múltiplas, agrupadas e eruptivas. A variante múltipla eruptiva foi associada a doenças auto-imunes, imunossupressores, HIV, neoplasias hematológicas, gestação, entre outros, necessitando de investigação clínica concomitante.
O diagnóstico do DF é clínico, pois, tipicamente, é um tumor eritemato- acastanhado de menos de um centímetro. Pode haver umbilicação da pele com a compressão lateral da lesão, formando o “sinal da covinha”, ou “dimple-sign” (sinal de Fitzpatrick), considerado patognomônico do DF para alguns autores.
A dermatoscopia é uma ferramenta não invasiva para o diagnóstico do DF. Sua aparência clássica é a de uma área branca central semelhante à cicatriz, cercada por uma rede pigmentar discreta na periferia, ocorrendo em 34% dos casos, sendo o padrão evidenciado no caso em questão. Outros padrões comuns são o de rede pigmentar discreta em toda a lesão (14%) e o de rede pigmentar discreta com rede branca central (9%). Entretanto, em 6% dos casos, o dermatofibroma apresenta-se em padrão atípico, podendo simular outros diagnósticos, como lentigo, nevo azul, melanoma e lesões não melanocíticas. Alguns autores consideram dez tipos dermatoscópicos associados a esse diagnóstico.
Geralmente recomenda-se tratamento da lesão somente em casos em que haja dor ou desconforto estético, com realização de exérese cirúrgica da lesão.
Referências bibliográficas:
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