Trata-se de um caso de trombose dos seios venosos, mais especificamente do seio sagital superior e seu sinal radiológico é conhecido como sinal do delta vazio.
Nas imagens contrastadas de tomografia computadorizada ou ressonância magnética do crânio, o sinal é caracterizado por uma área triangular central, que não realça (trombo propriamente dito), delimitada pela dura-máter captante do meio de contraste. Importante ressaltar que diante dessa suspeita clínica, o estudo deve sempre ser realizado após a injeção do contraste venoso.
Na população pediátrica, a incidência de trombose venosa cerebral é rara, acometendo principalmente os neonatos. Dentre os principais fatores de risco, os mais comuns são a sepse, desidratação, anemia, injúria hipóxico-isquêmica, trauma, uso crônico de algumas medicações e outros.
Os fatores maternos, como diabetes ou hipertensão arterial também são importantes predisponentes ao quadro de trombose nessa faixa etária.
Em aproximadamente 85% dos casos, a trombose acomete o seio sagital superior ou seio transverso e nos outros 15% há acometimento dos demais seios ou das veias profundas.
Diante dos dados disponíveis da nossa história clínica, a causa mais provável da trombose venosa cerebral do paciente é a sepse. A literatura menciona boa sobrevida para os pacientes pediátricos com quadro de trombose venosa cerebral.
Referências bibliográficas:
Wasay M, Dai AI, Ansari M, et al. Cerebral venous sinus thrombosis in children: a multicenter cohort from the United States. J Child Neurol. 2008;23:26-31.
Nomazulu Dlamini, MBBS, MRCPCH, MSc,Lori Billinghurst, MD, MSc, FRCPC, and Fenella J. Kirkham, MD, FRCPCH. Cerebral Venous Sinus (Sinovenous) Thrombosis in Children. Neurosurg Clin N Am. 2010 Jul; 21(3-5): 511–527.
Van Mierlo T.D., van den Berg H.M., Nievelstein R.A. An unconscious girl with sickle-cell disease. Lancet. 2003;361:136.