Quiz: Paciente pediátrico com quadro de perda ponderal. Qual o diagnóstico?

Mãe refere importante perda ponderal do paciente pediátrico nos últimos meses, cerca de oito quilos em seis meses.

Paciente de nove anos, sexo masculino, com quadro de vômitos biliosos iniciado há cerca de cinco dias, tornando-se mais importante há cerca de dois dias, quando paciente evoluiu com importante desidratação e rebaixamento do nível de consciência.  

De história pregressa, mãe refere importante perda ponderal do paciente nos últimos meses, cerca de oito quilos em seis meses (perda ponderal acima de 10% do seu peso). Não sabe explicar o motivo da perda de peso.  

História social complicada, mãe vive com paciente e mais dez filhos.  

Foi internado para melhor avaliação do quadro e realizada Tomografia computadorizada do abdome com contraste.  

Ao exame, paciente em regular estado geral, hipocorado 2+/4+, desidratado 3+/4+, anictérico. Bastante emagrecido.

 

Quiz 1/

Diante da história clínica e dos achados de imagem, qual seria uma boa hipótese diagnóstica? 

Comentários

Também conhecida como Síndrome da artéria mesentérica superior, a Sd de Wilkie foi primeiramente descrita em 1927, e caracteriza-se por compressão vascular da terceira porção do duodeno que passa entre a aorta e artéria mesentérica superior. O duodeno é normalmente rodeado por gordura mesentérica que funciona como um coxim, evitando a sua compressão extrínseca por vasos.  

Quando o paciente apresenta importante perda de peso, como descrito no nosso caso, ou em alguns casos de pós-operatório de escoliose, o paciente pode evoluir com quadro clínico compatível, por compressão extrínseca da terceira porção duodenal. No caso, a perda de peso significativa torna-se um fator de risco pela perda dessa gordura mesentérica, que funciona como coxim entre a aorta e artéria mesentérica superior, por onde passa a terceira porção duodenal.  

Os principais sintomas clínicos são dor abdominal em geral, pós prandial, vômitos biliosos, náuseas e anorexia.  

Quanto aos achados de imagem, a suspeita clínica pelo médico assistente é essencial, guiando a adequada solicitação dos exames e sua interpretação. Na tomografia computadorizada do abdome com contraste, existem dois indicadores que são o ângulo aortomesentérico inferior a 22 graus, medido no plano sagital (Figura 1) e a distância aortomesentérica, medida no plano axial, inferior a 8 mm (Figura 2). O uso da fluoroscopia foi durante muito tempo o método de escolha diante dessa suspeita, evidenciando um duodeno distendido na sua primeira e segunda porções, com abrupta interrupção na sua terceira porção.

Tomografia computadorizada do paciente, corte axial, evidenciando a redução da distância aortomesentérica, ao nível do duodeno, medindo somente 4 mm. Observe a distensão liquida da primeira porção duodenal e estômago. 

F – fígado 

B – baço  

D – duodeno  

E – estômago 

AMS – artéria mesentérica superior 

Ao – aorta

Tomografia computadorizada do paciente, corte sagital, evidenciando a redução da do ângulo aortomesentérico, medindo somente 13 graus. 

AMS – artéria mesentérica superior 

Ao – aorta 

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