Também conhecida como Síndrome da artéria mesentérica superior, a Sd de Wilkie foi primeiramente descrita em 1927, e caracteriza-se por compressão vascular da terceira porção do duodeno que passa entre a aorta e artéria mesentérica superior. O duodeno é normalmente rodeado por gordura mesentérica que funciona como um coxim, evitando a sua compressão extrínseca por vasos.
Quando o paciente apresenta importante perda de peso, como descrito no nosso caso, ou em alguns casos de pós-operatório de escoliose, o paciente pode evoluir com quadro clínico compatível, por compressão extrínseca da terceira porção duodenal. No caso, a perda de peso significativa torna-se um fator de risco pela perda dessa gordura mesentérica, que funciona como coxim entre a aorta e artéria mesentérica superior, por onde passa a terceira porção duodenal.
Os principais sintomas clínicos são dor abdominal em geral, pós prandial, vômitos biliosos, náuseas e anorexia.
Quanto aos achados de imagem, a suspeita clínica pelo médico assistente é essencial, guiando a adequada solicitação dos exames e sua interpretação. Na tomografia computadorizada do abdome com contraste, existem dois indicadores que são o ângulo aortomesentérico inferior a 22 graus, medido no plano sagital (Figura 1) e a distância aortomesentérica, medida no plano axial, inferior a 8 mm (Figura 2). O uso da fluoroscopia foi durante muito tempo o método de escolha diante dessa suspeita, evidenciando um duodeno distendido na sua primeira e segunda porções, com abrupta interrupção na sua terceira porção.
Tomografia computadorizada do paciente, corte axial, evidenciando a redução da distância aortomesentérica, ao nível do duodeno, medindo somente 4 mm. Observe a distensão liquida da primeira porção duodenal e estômago.
F – fígado
B – baço
D – duodeno
E – estômago
AMS – artéria mesentérica superior
Ao – aorta
Tomografia computadorizada do paciente, corte sagital, evidenciando a redução da do ângulo aortomesentérico, medindo somente 13 graus.
AMS – artéria mesentérica superior
Ao – aorta