O carcinoma espinocelular (CEC) é a segunda neoplasia cutânea mais comum depois do carcinoma basocelular. Alguns autores postulam que a queratose actínica (QA) e o CEC in situ compartilham as mesmas características clínicas, histológicas e moleculares e que representam um espectro da mesma doença.
Embora a histopatologia continue sendo o padrão ouro para o diagnóstico do CEC, a dermatoscopia pode ser aplicada para aumentar a precisão do diagnóstico clínico e obter uma caracterização in vivo do tumor, permitindo seleção mais precisa de áreas suspeitas para biópsia e monitoramento do tratamento.
A pseudo-rede vermelha foi significativamente associada à QA, enquanto vasos pontilhados e glomerulares, escamas opacas amarelas difusas e microerosões foram significativamente mais prevalentes no carcinoma intraepidérmico. Já no CEC invasivo há maior polimorfismo das estruturas vasculares composto por vasos lineares irregulares, em gancho e agrupados, glomerulares e pontilhados sobre fundo esbranquiçado com massa central de queratina ou ulceração, folículos pilosos targetóides e áreas brancas sem estrutura.
O grau de diferenciação também já foi relacionado à dermatoscopia por Lallas et al. Os CECs pouco diferenciados foram caracterizados por coloração predominantemente vermelha, resultante da presença de sangramento ou vascularização densa, na ausência de descamação e queratina ou outros critérios de coloração branca.
Em contraste, os critérios de cor branca, incluindo escamas, queratina, círculos brancos, halos brancos e áreas esbranquiçadas sem estrutura, mostraram-se associados a variantes bem ou moderadamente diferenciadas. Além disso, a presença de vasos em mais de 50% da superfície da lesão, com distribuição difusa, pode ser um marcador de má diferenciação, enquanto a descamação é indicativa de tumores bem ou moderadamente diferenciados.
Referências bibliográficas:
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