A manifestação cutânea trata-se de heliotropo (erupção eritemato-volácea com edema variável na região periorbitária). O heliotropo ocorre em 30 a 60% dos pacientes com Dermatomiosite, pode envolver apenas a região de pálpebras superiores ou ambas as pálpebras (principalmente nos pacientes afro-americanos).
O quadro arrastado de tosse da paciente, pode estar relacionado com pneumopatia intersticial, manifestação pulmonar presente em 15 a 30% dos casos. Além da pneumopatia intersticial, há complicações pulmonares decorrentes da doença muscular (broncoaspiração e hipoventilação). As lesões cutâneas precedem a fraqueza muscular em 56% dos casos; a fraqueza muscular precede as lesões cutâneas em 16% dos casos, e os dois sinais aparecem simultaneamente em 28% dos pacientes.
Ainda assim, existe a variante amiopática da Dermatomiosite. É também denominada Dermatomiosite sem miosite, termo usado para descrever casos com lesões cutâneas típicas e patognomônicas, sem sintomas ou alterações laboratoriais que evidenciem envolvimento dos músculos.
Quando as lesões cutâneas precedem a miosite, o intervalo para aparecimento de quadro muscular é, em média, de três a seis meses, porém pode demorar até quatro anos. O acompanhamento do paciente por no mínimo dois anos é necessário para confirmar o diagnóstico. Entretanto, após seis meses do início dos sintomas sem quadro muscular, já se pode fazer o diagnóstico provisório de Dermatomiosite amiopática.
O tratamento precoce com corticoides pode prevenir o surgimento da miopatia.
Referencias:
- Dermatologia, Jean L Bolognia – 3ªedição
- Ortigosa LCM, Reis VMS. Dermatomiosite – Artigo de revisão. An. Bras. Dermatol. vol.83 no.3 Rio de Janeiro May/June 2008