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Os Transtornos de Espectro Autista (TEA) são distúrbios do desenvolvimento neurológico, que cursam com comprometimento da interação social e da fala, bem como alteração comportamental.
A causa ainda é desconhecida, podendo variar de transtornos de grau leve a grave. Estudos revelam a associação do TEA com aspectos genéticos e ambientais como infecções virais, bem como idade materna avançada, hipertensão e obesidade materna no período gestacional, prematuridade e baixo peso ao nascer.
Com base nos aspectos do desenvolvimento infantil, é de grande importância que o enfermeiro conheça as principais alterações presentes na criança com TEA.
Lactentes até seis meses:
- Não acompanha os pais ou responsável visualmente, ou faz isso poucas vezes;
- Dirige a atenção aos objetos, principalmente, ao invés de dirigir a atenção à pessoas, mas não explora os objetos;
- Não apresenta reações corporais como susto, choro, sorriso, aos sons da fala dos pais ou do ambiente. Ignora esses sons ou apresenta reações corporais mínimas;
- Permanece grande parte do tempo em silêncio, não balbucia ou apresenta gritos aleatórios;
- Apresenta crises de choro sem motivo aparente.
Lactentes de seis a doze meses:
- Não estende os braços para ser pega no colo e não imita pequenos gestos como mandar beijo;
- Apresenta gritos excessivos e choros indiscriminados;
- Quando apresentam expressões faciais, as mesmas são de maneira discreta, sem sorrisos ou risadas;
- Ignoram quando chamadas pelo nome;
- São resistentes a introdução de alimentos diferentes.
Lactentes de 12 a 18 meses:
- Não solicitam atenção dos responsáveis para determinada situação ou objeto, ou fazem isso raramente. Na maioria das vezes, só fazem isso quando possuem interesse em algo (Ex.: entregar uma caixa ao responsável, quando deseja abri-la);
- Podem não pronunciar as primeiras palavras nessa faixa etária;
- Apresentam poucas expressões faciais ao falarem.
Crianças de 24 a 36 meses:
- Iniciativa de comunicação são raras. Os momentos de interação social acontecem poucas vezes, sob bastante insistência;
- Não diferenciam gênero, plural e singular, passado, presente e futuro;
- Não gostam de brincar com outras crianças. Se afastam ou ficam observando outras crianças brincarem;
- Dificuldade de enquadrar rotinas alimentares (café da manhã, almoço e jantar). Fica longos períodos sem comer ou expressa desejo de comer toda hora.
O manejo da criança com TEA requer avaliação completa do grau de comprometimento da criança, levando em consideração as suas necessidades, bem como as necessidades de sua família, envolvendo uma assistência multiprofissional para construção de um Projeto Terapêutico Singular.
Referências:
- Ministério da Saúde (BR). Diretrizes de Atenção à Reabilitação da Pessoa com Transtornos do Espectro do Autismo (TEA), Ministério da Saúde, Brasília, 2014;
- Cardoso AA, et al. Transtorno do Espectro do Autismo. Sociedade Brasileira de Pediatria, Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento, 2019;
- Hockenberry MJ, Wilson DW. Fundamentos de Enfermagem Pediátrica. 9ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.