Uso de niacina apresenta vantagem na prevenção de eventos cardiovasculares?

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Os ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais são as causas mais comuns de morte, doença, deficiência e redução da qualidade de vida. A niacina (ácido nicotínico, vitamina B3) foi considerada uma candidata promissora na prevenção de doenças cardiovasculares, pois é conhecida por reduzir o colesterol. Dessa forma, a terapia em longo prazo com niacina foi considerada na redução do risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral.

Evidências de benefício com a niacina em monoterapia ou como complemento da terapia baseada em estatina (outro medicamento que previne ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais) são controversas. Vários estudos investigaram a eficácia e a segurança da niacina isoladamente ou em combinação com outros fármacos modificadores de lipídios, focando principalmente em desfechos substitutos, como mudanças nos perfis lipídicos ou na espessura íntima-média carotídea.

Recentemente, uma revisão sistemática foi publicada pela Cochrane Database of Systematic Reviews para avaliar a eficácia da terapia com niacina versus placebo, administrada em monoterapia ou como complemento à terapia baseada em estatina em pessoas com ou em risco de doença cardiovascular (DCV) em termos de mortalidade, eventos de DCV e efeitos colaterais.

Foram incluídos ensaios clínicos randomizados (ECRs) que compararam a niacina em monoterapia versus placebo/cuidados habituais ou niacina em combinação com outro componente versus outro componente sozinho. Adicionalmente, foram considerados ECRs que administraram niacina durante pelo menos seis meses, relataram um desfecho clínico e incluíram adultos com ou sem DCV estabelecida.

As buscas eletrônicas foram realizadas nas seguintes bases: Cochrane Central Register of Controlled Trials, MEDLINE, Embase, Web of Science, dois registros de ensaios e listas de referências de artigos relevantes.

Foram incluídos 23 ECRs que foram publicados entre 1968 e 2015,contemplando 39.195 participantes. A média de idade variou de 33 a 71 anos. A mediana de duração do tratamento foi de 11,5 meses, e a mediana da dose de niacina foi de 2 g/dia.

A proporção de participantes com infarto do miocárdio prévio variou de 0% (4 ensaios) a 100% (2 ensaios, mediana da proporção 48%). A proporção de participantes que tomaram estatina variou de 0% (4 ensaios) a 100% (12 ensaios, mediana da proporção 100%).

Niacina não reduziu o número de óbitos, ataques cardíacos ou acidentes vasculares cerebrais. Muitas pessoas (18%) tiveram que parar de tomar niacina devido a efeitos colaterais. Os resultados não diferiram entre os participantes que sofreram ou não um ataque cardíaco prévio ao uso de niacina. Os resultados não diferiram entre os participantes que estavam ou não tomando uma estatina. A qualidade geral da evidência foi considerada moderada a alta.

Em resumo, portanto, não foram observadas evidências de benefícios da terapia com niacina. O uso de niacina não reduziu a mortalidade, mortalidade cardiovascular, mortalidade não cardiovascular, o número de infartos do miocárdio fatais ou não fatais, nem o número de acidentes vasculares cerebrais fatais ou não fatais, mas está associada com efeitos colaterais.

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Referências:

  • Schandelmaier S, Briel M, Saccilotto R, Olu KK, Arpagaus A, Hemkens LG, Nordmann AJ Niacin for primary and secondary prevention of cardiovascular events. Cochrane Database of Systematic Reviews 2017, Issue 6. Art. No.: CD009744. DOI: 10.1002/14651858.CD009744.pub2.

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