A obesidade é considerada uma epidemia global que ocasiona diversas alterações relacionadas com a saúde, estando estas intimamente ligadas a altos custos de tratamento de saúde. O índice aceito para considerar um indivíduo com sobrepeso ou obesidade é o índice de massa corpórea (IMC). Pacientes com esse índice ≥ 30 kg/m2 são considerados obesos.
Um quadro de obesidade, devido ao aumento de tecido adiposo abdominal e ao redor do tórax, pode interferir na contração do diafragma.
Neste episódio, Luiz Forgiarini, especialista em fisioterapia e terapia intensiva e conteudista do Whitebook fala sobre os impactos da obesidade na mecânica respiratória de um paciente. Confira!
Alterações Pulmonares
A obesidade está associada a importantes alterações fisiológicas, tais como redução da complacência pulmonar, causada pela distribuição da massa de gordura e da alteração do posicionamento diafragmático, assim como pelo aumento de pressão intra-abdominal (PIA).
Destaca-se ainda a redução da capacidade residual funcional (CRF), assim como da capacidade pulmonar total, repercutindo no aumento do trabalho respiratório. Tal fator também é impactado pelo aumento da resistência de vias aéreas e de parede torácica. Estes pacientes tendem a necessitar de um alto volume minuto, o que estaria associado à elevações da PaCO2.
Intubação
Os pacientes que apresentem obesidade serão possíveis pacientes com via aérea difícil (VAD), o que pode estar relacionado com a dificuldade no processo de intubação.
Ventilação Mecânica
Na ventilação mecânica (VM) invasiva, a indicação é que se utilizem modos assisto-controlados (A/C), seja a pressão (PCV), seja a volume (VCV). A monitorização da mecânica respiratória, assim como a da PIA, é recomendada, principalmente quando o paciente apresentar elevados níveis de PaCO2.
O volume corrente (VC) deve ser de 6 mL/kg de peso predito e uma fração inspirada de oxigênio (FiO2) para manutenção de uma saturação periférica ≥ 92%.
Os níveis de pressão positiva ao fim da inspiração devem ser ≥ 10 cmH2O. Do mesmo modo, a pressão platô deve ser limitada a valores ≤ 35 cmH2O. Em casos de síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), pode-se tolerar valores de até 40 cmH2O, contanto que a pressão de distensão alveolar ≤ 15 cmH2O.
Saiba mais conferindo o episódio completo do podcast do Whitebook. Ouça abaixo!