Vulvovaginites inespecíficas em meninas pré-púberes

Alguns fatores externos, assim como outras características fisiológicas das meninas pré-púberes, favorecem o aparecimento da vulvovaginite.

Este conteúdo foi desenvolvido por médicos, com objetivo de orientar médicos, estudantes de medicina e profissionais de saúde em seu dia a dia profissional. Ele não deve ser utilizado por pessoas que não estejam nestes grupos citados, bem como suas condutas servem como orientações para tomadas de decisão por escolha médica.

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As vulvovaginites inespecíficas correspondem à maioria das causas de vulvovaginite na infância, nas quais não se identifica um agente etiológico responsável, mas microrganismos integrantes da flora saprófita habitualmente encontrada na vagina. É comumente relacionada à contaminação secundária local e higiene, acarretando em distúrbio da homeostase bacteriana vaginal.

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Higiene inadequada como fazer a limpeza da região anal de “trás para frente”, uso de roupas sintéticas ou apertadas por tempo prolongado, brincar em areias contaminadas, lavagem inadequada das mãos, inserção de corpos estranhos e permanência com roupas úmidas são alguns dos fatores que favorecem a vulvovaginite assim como outras características fisiológicas das meninas pré-púberes como ausência de pelos pubianos,
epitélio fino e atrófico revestindo vulva e vagina, pH mais alcalino e dimensões reduzidas dos pequenos lábios.

As queixas geralmente são caracterizadas por secreção mucoide inespecífica, eritema, odor e prurido. Corrimento vaginal esverdeado ou purulento sugere corpo estranho ou infecção bacteriana específica.

Ao exame físico, costuma-se observar hiperemia da região vulvoperineal e secreção branca mucoide escassa, branca ou clara e, por vezes, sinais de higiene como acúmulo de esmegma ou fezes nos sulcos interlabiais e pedaços de papel higiênico no introito vaginal.

O tratamento consiste em medidas de higiene e os sintomas costumam desaparecer em até três semanas. Ademais, deve-se evitar banhos de espuma, sabonetes perfumados, roupas apertadas e em caso de prurido vaginal e/ou anal associado, considerar a possibilidade de oxiuríase e o tratamento empírico de tal condição.

pré-púberes

Caso não haja melhora do quadro com as medidas profiláticas e presença de corrimento purulento, pode-se realizar um ciclo de antibioticoterapia empírica (mesmo sem isolamento de organismos específicos nas culturas) com uma das seguintes opções: Amoxicilina ou Amoxicilina + Clavulanato oral, por 10 dias ou Metronidazol ou Clindamicina tópicos, por 10 dias.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Alves JGB, Albuquerque CHBLA. Diagnóstico diferencial em pediatria. 3 ed. Rio de Janeiro: Medbook, 2013.
  • Laufer MR, Emans J. Vulvovaginitis in the prepubertal child: Clinical manifestations, diagnosis, and treatment. Uptodate, 2023.
  • Laufer MR, Emans J. Overview of vulvovaginal conditions in the prepubertal child. Uptodate, 2023.