Você sabe como manejar o paciente pediátrico em desidratação? O modo de fazer hidratação pediátrica depende do estado clínico e de hidratação do paciente. Sempre que possível, devemos permitir que o paciente tenha livre acesso à água filtrada ou mineral para que o mesmo consiga controlar sua ingestão hídrica.
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Em relação ao déficit de água:
- Ausente;
- Leve ou de 1º grau: Perdas < 5% do peso em lactente e < 3% em crianças e adultos;
- Moderada ou de 2º grau: Perdas de 5% a 10% do peso em lactentes e 3% a 6% em crianças e adultos;
- Grave ou de 3º grau: Perdas > 10% do peso e > 6% em crianças e adultos.
Desidratação hipotônica ou hiponatrêmica:
- É a forma mais grave de desidratação na pediatria;
- Geralmente causada por diarreia e vômitos;
- Há diminuição do sódio no LEC e entrada de água para o LIC;
- Na+sérico < 135 mEq/L;
- Osmolaridade plasmática < 280 miliosmol/L;
- Perda de eletrólitos é maior do que a de água;
- Há sinais de espoliação do LIV, com oligúria/anúria e choque, além de espoliação do LIT;
- Representada pelo turgor pastoso;
- Muitas vezes a criança não tem sede, recusando água.
Desidratação isotônica ou isonatrêmica:
- É a forma mais comum de desidratação na pediatria (70-90% dos casos);
- Geralmente causada por diarreia aguda e vômitos;
- Há diminuição do LEC, sem alteração do LIC e da pressão osmótica;
- Na+sérico de 135-145 mEq/L;
- Sem gradiente osmótico entre os compartimentos intra e extracelular;
- Osmolaridade plasmática 280-310 mOsm/L;
- Há sinais de espoliação do LIV (inquietação, prostração, alteração do estado geral, ansiedade, choque, palidez) e do LIT (perda de peso, olhos encovados, sinal da prega, fontanela deprimida, mucosas secas).
Desidratação hipertônica ou hipernatrêmica:
- É a forma mais rara de desidratação na pediatria (5-10% dos casos);
- Geralmente causada por diabetes insipidus e causas iatrogênicas (reposição com soluções hipertônicas e abuso de diuréticos osmóticos);
- Há maior perda hídrica do que de eletrólitos, maior concentração de sais no LEC e saída de água do LIC;
- Na+sérico > 145 mEq/L;
- Osmolaridade plasmática > 310 mOsm/L;
- Pode haver sinais neurológicos por desidratação neuronal simulando meningite, o que indica a realização de punção lombar.
Avaliação do Grau de Desidratação | |||
Exame | Leve (< 5% do peso em lactente; < 3% em crianças e adultos) | Moderada (5-10% do peso em lactente; 3-6% em crianças e adultos) | Grave (> 10% do peso em lactentes e > 6% em crianças e adultos) |
Nível de consciência | Alerta | Normal, fadigado, cansado ou irritado | Letárgico ou inconsciente |
Olhos | Normais | Fundos | Muito fundos e secos |
Lágrimas | Presentes | Ausentes | Ausentes |
Mucosa oral | Úmida | Seca | Muito seca |
Sede | Bebe normal, pode recusar líquidos | Sedento, bebe rápido | Bebe mal ou não é capaz de beber |
Sinal da prega | Desfaz rápido | Desfaz lento | Desfaz muito lentamente (> 2 segundos) |
Pulso/ diurese |
Cheio e pode estar rápido/ diminuída |
Rápido, fraco/ diminuída ou ausente |
Muito fraco ou ausente/ ausente |
Déficit de líquido estimado | < 50 mL/kg | 50 a 100 mL/kg | > 100 mL/kg |
Tabela adaptada do livro Nelson – Textbook of Pediatrics (20th ed.).
Classificado conforme presença de ≥ 2 sinais do pior grupo que se encaixar. Reavaliar constantemente o paciente.
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