Whitebook – Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH)

Desatenção, impulsividade e hiperatividade podem acometer o paciente. Confira informações confiáveis do Whitebook sobre o transtorno

O tão falado TDAH, ou Transtorno do Déficit de Atenção, é um transtorno do desenvolvimento psicomotor que se caracteriza por padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade e/ou impulsividade, que compromete as atividades sociais e de aprendizado da criança acometida. Este é o tema de hoje da nossa postagem semanal de conteúdos do Whitebook Clinical Decision.

Desatenção, impulsividade e hiperatividade podem acontecer em diferentes proporções em cada indivíduo. O quadro clássico se caracteriza por: comportamento desorganizado, distração, falta de atenção aos detalhes, esquecimento, excesso de movimentação em ambientes que requerem mais calma, impaciência, ações irrefletidas, comprometimento na tomada de decisões, labilidade emocional, irritabilidade, dentre outros.

Leia também: Desempenho escolar e TDAH: tudo o que você precisa saber

Além de dificuldades acadêmicas, os pacientes com TDAH podem sofrer com prejuízo na vida social e emocional, maior risco de acidentes e menor grau de satisfação na vida adulta.

Há grande disparidade nos dados de prevalência da doença, o que está envolvido com aspectos socioculturais e acesso ao serviço médico especializado. Pode variar de menos de 1% a 6%.

Apresentação clínica do TDAH

A tríade de sintomas clássicos se caracteriza por: desatenção, hiperatividade e impulsividade.

Desatenção:

  • Dificuldade de prestar atenção ou errar por descuido em atividades escolares e de trabalho;
  • Dificuldade para manter atenção em tarefas ou atividades lúdicas;
  • Parecer não escutar quando lhe dirigem a palavra;
  • Não seguir instruções e não terminar tarefas escolares, domésticas ou deveres profissionais;
  • Dificuldade em organizar tarefas e atividades;
  • Evitar ou relutar em envolver-se em tarefas que exijam esforço mental constante;
  • Perder coisas necessárias para tarefas ou atividades;
  • Ser facilmente distraído por estímulos alheios à tarefa e apresentar esquecimentos em atividades diárias.

Hiperatividade:

  • Agitar as mãos ou os pés ou se remexer nas cadeiras;
  • Abandonar sua cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentado;
  • Correr ou escalar em demasia, em situações nas quais é inapropriado;
  • Dificuldade em brincar ou envolver-se silenciosamente em atividades de lazer;
  • Estar frequentemente “a mil” ou muitas vezes agir como se estivesse “a todo vapor”;
  • Falar em demasia.

Impulsividade:

  • Dar respostas precipitadas antes de as perguntas terem sido completadas;
  • Dificuldade para aguardar sua vez;
  • Interromper ou se meter em assuntos de outros (ex.: intromete-se em conversas ou brincadeiras).

Idade: Os sintomas de hiperatividade são mais comuns em pré-escolares, enquanto os sintomas de desatenção e impulsividade são mais comuns na adolescência. Devem estar presentes até os 7 anos de idade para serem considerados no diagnóstico, além de permanecerem por vários meses (pelo menos 6) e em diversos âmbitos da vida da criança.

Sexo: Meninas apresentam mais sintomas de desatenção, enquanto meninos apresentam mais sintomas de hiperatividade/impulsividade.

Fatores de risco:

  • Genética;
  • Fatores pré-natais (ex.: tabagismo ou outras drogas na gestação), perinatais (ex.: prematuridade, baixo peso ao nascer ou complicações obstétricas) e pós-natais (ex.: deficiência de vitaminas, intoxicação por chumbo, etc.).

Comorbidades:

  • Transtorno opositivo-desafiador;
  • Transtorno de conduta;
  • Transtorno depressivo maior;
  • Transtornos de ansiedade;
  • Transtorno de aprendizado;
  • Transtorno do déficit de coordenação.
  • Transtorno do espectro autista;
  • Transtorno de tiques;
  • Transtorno disruptivo de desregulação do humor;
  • Imaturidade social;
  • Transtorno por uso de substâncias.

Fisiopatologia

O TDAH apresenta causas genéticas, com importância especial para os genes envolvidos em múltiplos sistemas cerebrais. Algumas regiões afetadas seriam o corpo caloso, o cerebelo, o estriado e regiões frontais, podendo haver redução da espessura cortical, além de alterações na substância branca. A amígdala pode também estar associada.

Quanto à neurotransmissão, há uma hipótese de desregulação dopaminérgica, mas como a interação entre os neurotransmissores é complexa, outros neurotransmissores podem estar implicados, como serotonina e noradrenalina. Dessa forma, o funcionamento cerebral está alterado de forma complexa e múltipla.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
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