28 de junho: Dia de luta, reflexão e transformação social em prol da população LGBTIA+

O Dia Internacional do Orgulho LGBTIA+ nos convida a refletir sobre a necessidade de respeitar e celebrar a pluralidade. Saiba mais.

O Brasil, enquanto estado democrático de direito, traz em sua Constituição Republicana a vedação a qualquer tipo de preconceito, entre eles, aqueles ligados ao sexo. Embora esse seja um dos princípios fundamentais que norteiam o desenvolvimento social e político brasileiro, infelizmente os dados nacionais e internacionais demonstram que, no Brasil, a violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais (LGBTIA+) atinge níveis alarmantes a ponto de classificá-lo como o país onde mais ocorre homicídios com esses indivíduos que, embora, tenham garantido por sua constituição direitos como a vida, a imagem, a integridade física e o tratamento igualitário, infelizmente, têm suas vidas ceifadas em razão de sua orientação sexual ou identidade de gênero. 

Leia também: Acolhimento e o processo de cuidado da população LGBTQIA+

28 de junho – Dia de Luta, Reflexão e Transformação social em prol da população LGBTIA+

Dia Internacional do Orgulho LGBTIA+

Os países comemoram no dia 28 de junho o Dia Internacional do Orgulho LGBTIA+. Historicamente, essa data tem como marco inicial, uma revolta ocorrida num bar chamado Stonewall Inn, nos EUA, onde gays, lésbicas, travestis e drag queens se reuniam para se socializar. É importante destacar que, em praticamente todos os estados dos EUA, a violência contra essa parcela da população era ocasionada por autoridades, em especial dos policiais, que adentravam em bares e clubes gays e agrediam os clientes. Cansados da violência instituída pela polícia, no dia 28 de junho de 1966, clientes do bar Stonewall Inn iniciaram um protesto que durou 6 dias e inspirou o movimento LGBTIA+ nos demais países.

No Brasil, essa temática começou a ser discutida na década de 70, período da ditadura militar. Objetivando montar pautas reivindicatórias, muitos frequentadores de bares e clubes utilizavam tais lugares para fazer panfletagem em busca de conscientizar as pessoas sobre a temática.

Com relação a saúde, foi a partir de 1980, quando o Ministério da Saúde começou a pensar, juntamente com grupos de movimentos sociais ligados ao público homossexual, em medidas que poderiam ser exercidas para enfrentar a pandemia de HIV/Aids, isso porque, à época, o HIV era relacionado a homossexualidade masculina (até então, não se pensava que o público feminino precisava ser incluído nas ações de prevenção do vírus da Aids).

Saiba mais: Questões sobre a saúde mental da juventude LGBT+

A partir da década de 1990, a invisibilidade da população LGBTIA+ começou a ser descortinada. A luta de lésbicas e mulheres bissexuais em prol de seus direitos e as proximidades desse grupo com temas ao machismo e misoginia, direitos civis, políticos, sociais e humanos de toda a população LGBTIA+ passaram a ocupar as pautas de discussão específicas sobre as mudanças sociais necessárias.

A partir dos anos 2000, o Brasil passou a ficar cada vez mais próximo das pautas LGBTIA+ e atento ao preconceito e discriminação sofrido por eles, criando programas de combate a violência e discriminação e promoção da cidadania. Em 1º de dezembro de 2011, o Sistema Único de Saúde (SUS) lançou a Portaria nº 2.836 que dispõe sobre a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Essa portaria evidencia que o SUS reconhece que a população LGBTIA+ sofre discriminação e que isso afeta o processo de saúde doença, sendo necessário desenvolver ações de saúde para garantir mais equidade.

Quiz: gênero expressão, identidade, orientação e sexo

Contexto atual

Embora se observe alguns avanços sociais e políticos em favor da população LGBTIA+, muitos aspectos precisam ser discutidos e analisados de forma crítica e reflexiva para que políticas públicas eficazes propostas de forma a garantir avanço quanto à garantia de direitos sociais e políticas dessa parcela da população que ainda sobre diariamente estigmatização social, discriminação, inclusive em instituições públicas, e diversos tipos de violência.

O dia 28 de junho nos convida refletir sobre a necessidade de respeitar a sociedade multicultural e que no âmbito da sua pluralidade, requer a compreensão por parte de cada cidadão que coexistir de forma cordial e harmoniosa frente às diferenças, sejam culturais, políticas, ideológicas ou de gênero corrobora para o avanço social e do estado democrático de direito.  

Referências bibliográficas:

  • BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Brasília : 1. ed., 1. reimp. Ministério da Saúde, 2013. 32 p. : il. Acesso em: 21 de junho de 2021. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_saude_lesbicas_gays.pdf
  • SILVA, Amanda de Cassia Azevedo da et al. Implementação da Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (PNSI LGBT) no Paraná, Brasil, Interface – Comunicação, Saúde, Educação [online]. 2020, v. 24. https://doi.org/10.1590/Interface.190568 
  • PARANHOS. W. R,  WILLERDING. I. A. V, LAPOLLI, E.M. Formação dos profissionais de saúde para o atendimento de LGBTQI+. Interface (Botucatu)- 25- 2021 Acesso em: 22 de junho de 20221. Disponível em: https://www.scielo.br/j/icse/a/kQN6qbcxbDDPhQL7NfBvYJL/?lang=pt. https://doi.org/10.1590/interface.200684 .

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.

Especialidades