Uma pesquisa inédita realizada pela AstraZeneca revelou o perfil do câncer de pulmão no Brasil. Os dados mostram que a maioria dos brasileiros desconhece a gravidade da doença: apenas 15% citaram a severidade da enfermidade, versus 24% do total na América Latina.
Outro dado importante é a quantidade de cigarros que os brasileiros fumam por dia: 39% fumam 11 ou mais cigarros por dia (acima da média de 27% da América Latina), sendo 17% fumam diariamente e 25% fumam, ao menos, três vezes por semana. O tabagismo (ativo ou passivo) está ligado a 80% dos casos da enfermidade.
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A pesquisa mostrou ainda que 28% dos brasileiros fumam cigarro, abaixo da média de 38% da América Latina, mas em uma quantidade maior. Ou seja, não é o país com maior incidência de fumantes, mas tem a maior porcentagem de indivíduos que fumam mais de 11 cigarros por dia.
Em entrevista ao Portal de Notícias da PEBMED, o médico oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein e diretor científico da Clinonco, Artur Malzyner, que não participou da pesquisa, os dados são alarmantes.
“As informações divulgadas representam o topo do espectro de tabagismo, que contribui para uma incidência maior do câncer de pulmão na população brasileira . É certamente um dado alarmante em termos de risco não somente para o câncer de pulmão, como também para doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Possíveis causas
Na opinião do especialista, o acúmulo de fatores estressantes pode ser uma das causas para o crescimento da quantidade de cigarros por dia pelos brasileiros.
“O Brasil é o país mais industrializado da América Latina, possuindo o maior número de aglomerações urbanas (que representa mais trânsito caótico, aglomerações, filas e violência urbana). Esses fatores se juntam com uma situação política extremamente polarizada, com graves distorções econômicas. Isso tudo leva a população a viver sob intenso e contínuo estresse. Outro ponto importante é que a legislação em vigor forçou a restrição do número de ambientes autorizados ao tabagismo sem a correspondente educação para o fumante. E o fumante brasileiro , diante do acúmulo de fatores estressantes, acuado pelas restrições e não contando com uma educação pública capaz de muni-lo do conhecimento sobre as doenças associadas ao tabagismo, passou então a fumar uma quantidade maior de cigarros”, pontuou o oncologista Artur Malzyner.
O levantamento mostrou também que no Brasil, 87% fazem ao menos uma visita preventiva por ano (check up geral). Com relação à atividade física, 56% fazem exercícios ao menos três vezes por semana.
A amostra da pesquisa foi de 2.179 pessoas nos seguintes países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica e México. Foram entrevistadas pessoas com idades de 40 a 49 (61%), 50 a 59 (30%); 60 a 69 (8%) e 70 a 79 (1%).
Campanha “Cuide-se Hoje”
Justamente para conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce, que pode reverter o cenário do câncer de pulmão na América Latina, a AstraZeneca lançou a campanha “Cuide-se Hoje”, elaborada com participação de 19 associações de pacientes, de dez países da região, incluindo o Brasil.
As entidades formaram um conselho de especialistas para apresentar diferentes realidades e necessidades, contribuindo assim para que a campanha reunisse informações de qualidade sobre o tema, a partir da visão do paciente e sempre destacando que investimento em diagnóstico precoce pode salvar muitas vidas todos os anos.
“Se nada for feito, estima-se que a doença possa alcançar a mortalidade anual de 3,01 milhões de pessoas em 2040 (câncer de pulmão, brônquios e traqueia), um aumento de 67%”, informou a AstraZeneca em nota para a imprensa.
Como parte da campanha, a AstraZeneca publicou uma série de vídeos com depoimentos de pacientes e médicos, gravados em diferentes países da América Latina, para mostrar a realidade de quem convive com a enfermidade. Cada história tem uma perspectiva diferente sobre o câncer de pulmão e ajuda a compreender suas complexidades e impactos.
1 abr. 2024 
4 min. 
