Retocolite Ulcerativa: qual o tratamento? [podcast]

Neste episódio, a coloproctologista Mariane Sávio fala sobre os tratamentos da retocolite ulcerativa e o aumento de casos no Brasil.

Este conteúdo foi desenvolvido por médicos, com objetivo de orientar médicos, estudantes de medicina e profissionais de saúde em seu dia a dia profissional. Ele não deve ser utilizado por pessoas que não estejam nestes grupos citados, bem como suas condutas servem como orientações para tomadas de decisão por escolha médica.

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Em estudo recente publicado no The Lancet, mostrou que os casos de retocolite ulcerativa vêm aumentando no Brasil. Trata-se de uma doença que acomete a mucosa do cólon e do reto.

Neste episódio, a coloproctologista e conteudista do Whitebook, Mariane Sávio, aborda quais os tratamentos recomendados para essa condição e como procedê-los. Confira!

Veja também: Como realizar o seguimento dos pólipos de cólon?

Definição

A retocolite ulcerativa idiopática (RCU) é uma doença inflamatória intestinal crônica, de etiologia parcialmente conhecida, caracterizada por acometimento contínuo e ascendente do intestino grosso, começando, na maioria dos casos, pelo reto.

Fisiopatologia

Diferentemente da doença de Crohn, que se associa à inflamação transmural tanto do intestino grosso quanto do delgado, a retocolite ulcerativa geralmente afeta somente a camada mucosa do cólon.

Apesar de não ser completamente esclarecida, a etiopatogenia da retocolite ulcerativa envolve, basicamente, três aspectos que interagem entre si e com fatores ambientais:

  • Fatores genéticos;
  • Fatores luminais, relacionados à barreira intestinal e à microbiota;
  • Fatores relacionados à imunorregulação e à resposta imune.

Um conceito importante é que nenhum desses aspectos isolados explica a doença, mas a interação entre eles é o que realmente determinará sua ocorrência.

Apresentação Clínica

Anamnese

Epidemiologia: A RCU é reconhecida em todo o mundo, com maior incidência em países desenvolvidos (até 31 casos por 100.000 pessoas por ano). No Brasil, estima-se uma incidência superior a 8 casos por 100.0000 pessoas-ano. A prevalência de retocolite ulcerativa em relação à doença de Crohn é maior em todos os países da América Latina, exceto o Brasil.

Geralmente, acomete adultos jovens, com pico entre 30-40 anos, embora um segundo pico entre 60-69 anos seja descrito por alguns autores.

A maioria dos estudos demonstra discreto predomínio no sexo masculino ou equivalência entre gêneros.

Quadro clínico: Em geral, manifesta-se, predominantemente, com:

  • Diarreia crônica;
  • Sangramento intestinal;
  • Urgência evacuatória;
  • Tenesmo

Podem estar presentes:

  • Perda de peso;
  • Febre baixa;
  • Dor abdominal;
  • Fadiga;
  • Constipação intestinal.

Na proctite ou proctossigmoidite, a eliminação de sangue vivo, com muco, ou a coloração das fezes por sangue são os sinais mais comumente observados. Ocorre urgência evacuatória e tenesmo.

Na doença mais extensa, em geral, o sangue é misturado com fezes diarreicas, sendo também frequente a percepção de pus. A diarreia varia em sua frequência, podendo atingir mais de 10-15 evacuações diárias, geralmente com fezes líquidas e de pequeno volume.

A doença apresenta tendência a múltiplas recorrências durante toda a vida e está associada a inúmeras manifestações extraintestinais.

Fatores associados ao desenvolvimento da doença:

  • História familiar de doença inflamatória intestinal e presença de colangite esclerosante primária aumentam o risco de RCU;
  • Apendicectomia por apendicite comprovada na infância ou adolescência e tabagismo estão associados à redução do risco de RCU.

Exame Físico

Os sinais e sintomas da retocolite ulcerativa dependem do grau de atividade inflamatória, local e extensão do acometimento intestinal.

Dependendo da gravidade do quadro, podem ser encontrados sinais de toxicidade sistêmica, como:

  • Taquicardia;
  • Febre;
  • Hipotensão;
  • Distensão abdominal.

Deve ser realizada inspeção cuidadosa da região perianal em busca de fístulas, plicomas, fissuras e sinais de doenças sexualmente transmissíveis, visando ao adequado diagnóstico diferencial.

Saiba mais conferindo o episódio completo do podcast do Whitebook. Ouça abaixo!

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