A esteatohepatite não alcoólica ou NASH (nonalcoholic steatohepatitis) representa um dos estágios da doença hepática gordurosa não alcoólica, reconhecida como uma das mais frequentes doenças do fígado. É projetada para ser a principal causa de transplante de fígado em 2020.
Não existem tratamentos eficazes conhecidos para a fibrose avançada relacionada com a NASH. Recentemente, uma metanálise foi realizada com o objetivo de sintetizar as evidências sobre a associação da terapia com tiazolidinediona com fibrose hepática avançada na NASH.
Este estudo analisou 8 ensaios clínicos randomizados envolvendo 516 pacientes com NASH comprovada por biopsia. O período de duração dos ensaios foi de 6 a 24 meses. Os resultados mostraram que a terapia com tiazolidinediona foi associada com melhora da fibrose avançada (odds ratio [OR]: 3,15; intervalo de confiança [IC] 95%: 1,25-7,93; p=0,01), melhora da fibrose em qualquer estágio (OR: 1,66; IC 95%: 1,12-2,47; p= 0,01) e resolução da NASH (OR: 3,22; IC 95%: 2,17-4,79; p<0,001).
As análises restritas aos ensaios clínicos que envolveram pacientes sem diabetes apresentaram resultados semelhantes para melhora na fibrose avançada (OR: 2,95, IC 95%: 1,04-10,90, p=0,02), melhora da fibrose em qualquer estágio (OR: 1,76; IC 95%: 1,02-3,03; p=0,02) e resolução da NASH (OR: 3,40; IC 95%: 1,95-5,93; p<0,001). O uso de cloridrato de pioglitazona foi responsável por todos os efeitos da terapêutica com tiazolidinediona na NASH, e estes benefícios também foram observados em pacientes sem diabetes.
Desta forma, conclui-se que o uso de pioglitazona melhora a fibrose avançada em esteatohepatites não alcoólicas, mesmo em pacientes sem diabetes, podendo assim deter a progressão da doença para a doença hepática terminal nesta população de pacientes.
Referências:
- Musso G, Cassader M, Paschetta E, Gambino R. Thiazolidinediones and Advanced Liver Fibrosis in Nonalcoholic Steatohepatitis: A Meta-analysis. JAMA Intern Med [Internet]. 2017;1–8. Available from: https://archinte.jamanetwork.com/article.aspx?doi=10.1001/jamainternmed.2016.9607