Quiz: qual a hipótese diagnóstica para o aumento isolado da amilase sérica?
Paciente BCF, 47 anos, sexo masculino, vai à consulta médica solicitando um “check-up de rotina”. Nega doenças crônicas ou uso de medicações regulares.
Paciente BCF, 47 anos, sexo masculino, vai à consulta médica solicitando um “check-up de rotina”. Nega doenças crônicas ou uso de medicações regulares. Assintomático, sem queixas, exame físico sem alterações. O médico fica surpreso ao analisar os resultados laboratoriais. Apesar de todos os exames laboratoriais estarem dentro dos limites da normalidade – inclusive a lipase – o resultado da amilase foi de 485 U/L (valor de referência: 20 a 300 U/L). Veja mais sobre o caso e responda o quiz abaixo!
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1. Pergunta
Paciente BCF, 47 anos, sexo masculino, vai à consulta médica solicitando um “check-up de rotina”. Nega doenças crônicas ou uso de medicações regulares. Assintomático, sem queixas, exame físico sem alterações. O médico solicita alguns exames laboratoriais (hemograma completo, glicose, ureia, creatinina, sódio, potássio, cálcio, amilase, lipase, TSH, T4 livre, PSA total e livre, testosterona e EAS), e pede para o paciente retornar ao consultório no próximo mês, munido dos resultados dos exames para avaliação.
Na consulta de retorno, o exame físico permanece inalterado, porém o médico fica surpreso ao analisar os resultados laboratoriais. Apesar de todos os exames laboratoriais estarem dentro dos limites da normalidade – inclusive a lipase – o resultado da amilase foi de 485 U/L (Valor de Referência: 20 a 300 U/L).
Diante do caso apresentado, qual é a principal hipótese diagnóstica?
Correto
A principal hipótese é macroamilasemia.
Incorreto
A principal hipótese é macroamilasemia.
Pergunta 2 de 2
2. Pergunta
Qual a conduta deve ser tomada a seguir?
Correto
A amilase é uma enzima estável, de baixo peso molecular, produzida majoritariamente pelo pâncreas e pelas glândulas salivares. A fração sintetizada no pâncreas é responsável por cerca de 40% da atividade sérica, enquanto que a fração salivar perfaz os outros 60% restantes. Para o diagnóstico de pancreatite aguda, a amilase apresenta uma menor sensibilidade e especificidade do que a lipase, embora ambas sejam úteis quando dosadas em conjunto para a investigação de pacientes com dor abdominal a esclarecer. Valores acima de 4 vezes o limite superior da normalidade do método para a amilase, são altamente indicativos ao diagnóstico de pancreatite aguda.
Outras causas de aumentos da amilase incluem: pancreatite crônica, parotidites e outras afecções das glândulas salivares, pseudocisto pancreático, abscesso pancreático, cirrose hepática, trauma abdominal, insuficiência renal, apendicite, doenças do trato biliar, queimaduras, obstrução ou infarto intestinal, gravidez, tumores de pulmão, pâncreas e ovários, macroamilasemia, algumas drogas (codeína, morfina, hidrocortisona, isoniazida, sulfametoxazol, ácido valproico, hidroclorotiazida).
A macroamilasemia é um termo empregado para caracterizar uma atividade da amilase sérica persistentemente aumentada, geralmente com pequenas elevações, na ausência de sinais ou sintomas clínicos de afecções pancreáticas, com amilase urinária normal, em indivíduos aparentemente saudáveis. É uma condição adquirida, de caráter benigno (embora possa indicar precocemente alguma doença inespecífica), que ocorre mais frequentemente em homens, com descoberta – na maioria dos casos – entre a 5a e 7a décadas de vida.
Ela é formada por um complexo circulante de amilase ligada, principalmente, a uma imunoglobulina (IgA e IgG), que apresenta um tamanho grande, o qual impede a sua excreção renal, estendendo assim a sua meia-vida sérica.
Um exame útil para diferenciar a macroamilasemia de outras condições associadas a um aumento da amilase, é a relação de depuração da amilase/depuração da creatinina, pela seguinte fórmula:
Razão depuração (%): Atividade amilase urinária/Atividade amilase sérica X Concentração creatinina sérica/Concentração creatinina urinária X 100.
O valor de referência normal da razão varia de 1% a 4%. Relações muito baixas (< 1%), sugerem a presença de macroamilase, enquanto valores na faixa de 7% a 15% falam a favor de pancreatite. Para a confirmação do diagnóstico, utiliza-se métodos de detecção que demonstram diretamente as moléculas de macroamilase.
Referências bibliográficas:
Henry JB. Diagnósticos Clínicos e Tratamento por Métodos Laboratoriais. 20ª ed. São Paulo: Editora Manole; 2008.
Jacobs DS, Demott WR, Oxley DK. Jacobs & demott laboratory test handbook with key word index, 5th ed. Hudson, OH: Lexi-Comp, Inc; 2001.
Kanaan S. Laboratório com interpretações clínicas. 1a ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 2019.
Pagana, Kathleen D. & Pagana, Timothy J. Mosby´s Diagnostic and Laboratory Test Reference 8th ed. Saint Louis, MO: Mosby, Inc; 2007.
Incorreto
A amilase é uma enzima estável, de baixo peso molecular, produzida majoritariamente pelo pâncreas e pelas glândulas salivares. A fração sintetizada no pâncreas é responsável por cerca de 40% da atividade sérica, enquanto que a fração salivar perfaz os outros 60% restantes. Para o diagnóstico de pancreatite aguda, a amilase apresenta uma menor sensibilidade e especificidade do que a lipase, embora ambas sejam úteis quando dosadas em conjunto para a investigação de pacientes com dor abdominal a esclarecer. Valores acima de 4 vezes o limite superior da normalidade do método para a amilase, são altamente indicativos ao diagnóstico de pancreatite aguda.
Outras causas de aumentos da amilase incluem: pancreatite crônica, parotidites e outras afecções das glândulas salivares, pseudocisto pancreático, abscesso pancreático, cirrose hepática, trauma abdominal, insuficiência renal, apendicite, doenças do trato biliar, queimaduras, obstrução ou infarto intestinal, gravidez, tumores de pulmão, pâncreas e ovários, macroamilasemia, algumas drogas (codeína, morfina, hidrocortisona, isoniazida, sulfametoxazol, ácido valproico, hidroclorotiazida).
A macroamilasemia é um termo empregado para caracterizar uma atividade da amilase sérica persistentemente aumentada, geralmente com pequenas elevações, na ausência de sinais ou sintomas clínicos de afecções pancreáticas, com amilase urinária normal, em indivíduos aparentemente saudáveis. É uma condição adquirida, de caráter benigno (embora possa indicar precocemente alguma doença inespecífica), que ocorre mais frequentemente em homens, com descoberta – na maioria dos casos – entre a 5a e 7a décadas de vida.
Ela é formada por um complexo circulante de amilase ligada, principalmente, a uma imunoglobulina (IgA e IgG), que apresenta um tamanho grande, o qual impede a sua excreção renal, estendendo assim a sua meia-vida sérica.
Um exame útil para diferenciar a macroamilasemia de outras condições associadas a um aumento da amilase, é a relação de depuração da amilase/depuração da creatinina, pela seguinte fórmula:
Razão depuração (%): Atividade amilase urinária/Atividade amilase sérica X Concentração creatinina sérica/Concentração creatinina urinária X 100.
O valor de referência normal da razão varia de 1% a 4%. Relações muito baixas (< 1%), sugerem a presença de macroamilase, enquanto valores na faixa de 7% a 15% falam a favor de pancreatite. Para a confirmação do diagnóstico, utiliza-se métodos de detecção que demonstram diretamente as moléculas de macroamilase.
Referências bibliográficas:
Henry JB. Diagnósticos Clínicos e Tratamento por Métodos Laboratoriais. 20ª ed. São Paulo: Editora Manole; 2008.
Jacobs DS, Demott WR, Oxley DK. Jacobs & demott laboratory test handbook with key word index, 5th ed. Hudson, OH: Lexi-Comp, Inc; 2001.
Kanaan S. Laboratório com interpretações clínicas. 1a ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 2019.
Pagana, Kathleen D. & Pagana, Timothy J. Mosby´s Diagnostic and Laboratory Test Reference 8th ed. Saint Louis, MO: Mosby, Inc; 2007.
A respeito do acompanhamento desta paciente e de outros casos de abortamento provocado, qual das alternativas a seguir você deve considerar como sendo mais adequada? Clique no banner abaixo e responda no nosso fórum.
Graduação em Medicina pela Universidade Gama Filho (UGF) • Residência Médica em Patologia Clínica/Medicina Laboratorial pela Universidade Federal Fluminense (UFF) • Membro titular da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) • Pós-Graduado em Medicina do Trabalho pela Faculdade Souza Marques (FTESM) • Responsável Técnico do Laboratório Morales (Grupo Tommasi) • Médico Patologista Clínico do Laboratório Central do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP/UFF) • Médico do corpo clínico do Instituto Estadual de Doenças do Tórax Ary Parreiras (IETAP).