Esta semana, falamos no Portal PEBMED sobre como evitar a transmissão por Covid-19 durante as visitas domiciliares na Atenção Primária. Por isso, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, vamos falar sobre os principais cuidados para profissionais de saúde em relação à Covid-19.
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Uso de EPI
O uso correto de EPI é uma das estratégias para proteção dos profissionais de saúde. Pacientes com Covid-19 devem ser colocados em medidas de precaução respiratória por gotículas e por contato. Caso seja necessária a realização de procedimentos que gerem aerossóis, a precaução respiratória passa a ser por aerossol.
Dessa forma, os EPI’s recomendados variam de acordo com o nível de assistência:
- Profissionais da triagem (sem contato físico): máscara cirúrgica;
- Atendimento sem procedimentos geradores de aerossóis: máscara cirúrgica, luvas, capote, óculos de proteção. O Ministério da Saúde também recomenda gorro/touca;
- Atendimento com procedimentos geradores de aerossóis (nebulização, aspiração de vias aéreas, VNI, intubação de vias aéreas, indução de escarro, broncoscopia): máscara N95, luvas, capote, óculos de proteção. O Ministério da Saúde também recomenda gorro/touca.
Atenção especial deve ser dada no momento da retirada dos EPI’s para evitar a contaminação das mãos e mucosas.
Para mais informações sobre o uso de EPI, acesse EPI no Contexto do Covid-19.
Lesão por Uso de EPI
O uso prolongado de EPI, como máscaras, óculos de proteção e gorro/touca, pode levar ao surgimento de lesão por pressão (LP), que pode evoluir para ulceração cutânea.
Os locais mais acometidos por esse tipo de lesão serão a fronte (pelo uso de gorro/touca, óculos/face shield), ponte nasal (pelo uso de máscaras, óculos), região malar, bochechas e mento (também pelo uso de máscaras).
As tentativas de alternar os pontos de pressão dos EPIs podem reduzir a eficácia protetora dos mesmos, não sendo indicada.
Sendo assim, escolher o tamanho do dispositivo de acordo com as características de cada profissional, assim como medidas de prevenção, são essenciais para o profissional em uso prolongado de EPI.
Não há consenso na literatura quanto aos melhores métodos para previnir LP relacionada ao uso de dispositivos médicos. De acordo com alguns relatos de caso e nossa experiência, seguem algumas recomendações:
- < 4 horas/dia de contato com os EPI: aplicar emolientes a base de ácidos graxos ou protetores de barreira nas regiões de contato antes e após. A aplicação deve ser realizada pelo menos uma hora antes do uso do EPI correspondente para não interferir na aderência necessária do equipamento. Opções de emolientes com essas características: Dersani hidrogel®; Saniskin® loção hidratante; Bepantol derma®; Cicaplast baume®;
- > 4 horas/dia de contato com os EPI: além dos emolientes, é indicado o uso de filmes de barreira adesiva, preferencialmente à base de silicone ou hidrogel, antes da colocação do EPI correspondente. Nesses casos, é importante fazer o teste de vedação da máscara para que a fita adesiva não interfira no correto posicionamento do equipamento. Opções de barreiras adesivas à base de silicone ou hidrogel: curativo de silicone Mepitac®; curativo de silicone Leukomed®; placa de hidrogel Hydrosorb®. Entretanto, na falta desses, uma opção é a colocação de esparadrapo comum, sendo removido posteriormente durante o banho com o auxílio de creme hidratante.
Higienização das mãos
Intensificar a higienização das mãos é uma das medidas mais efetivas para a prevenção de disseminação das doenças. Além dos clássicos cinco momentos, o profissional deve higienizar as mãos durante a retirada dos EPI’s e após tocar superfícies que podem estar contaminadas. Pacientes também devem ser orientados a lavar as mãos com frequência.