A Atenção Primária à Saúde (APS) tem um papel fundamental na orientação da população e no monitoramento dos indicadores de saúde. Nesse sentido, é imprescindível a construção de estratégias e realização de ações em saúde nos meses em que ocorrem Campanhas Nacionais. Em outubro, por exemplo, comemora-se a campanha de conscientização da prevenção e controle do câncer de mama e são realizadas diversas ações de promoção à saúde com incentivo ao empoderamento e autocuidado feminino.
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Importância do diagnóstico precoce
O câncer de mama ocorre devido à multiplicação desordenada de células anormais da mama, gerando um tumor com grande potencial para invadir outros órgãos. Essa neoplasia maligna é a que apresenta maior incidência internacional nas mulheres e a segunda maior incidência no Brasil, principalmente na faixa etária de 50 a 69 anos, e também a principal causa de óbito por neoplasias. Outro agravo de grande relevância na promoção da saúde da população feminina é o câncer de colo uterino (CCU), que tem maior evidência em mulheres de 25 a 64 anos. Nesse contexto, é indispensável realizar o diagnóstico precoce das mulheres nas faixas etárias com maior risco de surgimento das lesões neoplásicas a fim de evitar o seu estadiamento.
O diagnóstico precoce do CA de mama e do CCU está intrinsicamente ligado à promoção da saúde e à busca ativa das mulheres que estejam incluídas no grupo de risco. Sendo assim, a Atenção Primária à Saúde (APS), por meio das equipes de Saúde da Família (eSF), realiza a investigação de mulheres que estejam sem resultados de citologias de colo uterino há mais de 3 anos e mamografia há mais de 2 anos. Esse monitoramento é realizado por todos os profissionais de saúde incluídos no cuidado, inclusive pelo Agente Comunitário de Saúde (ACS), que é um grande marco para construção de vínculo com a população.
Mensagem final
Nesse sentido, quanto maior for o acesso e a oferta de atendimento à saúde para a mulher, maior será o indicador referente ao acompanhamento. A consequência de bons indicadores em saúde é o aumento do empoderamento feminino com o autocuidado e um menor risco de casos graves e óbitos.
Frente a essa realidade, é possível afirmar a importância do papel da Atenção Primária à Saúde (APS) na busca ativa de mulheres no contexto do atendimento da saúde da mulher e na prevenção do CCU e mama durante todo o ano, com incentivo a essas ações no Outubro Rosa.
Referências bibliográficas:
- Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro. Protocolo de Enfermagem na Atenção Primária. Fascículo: Enfermagem no Cuidado dos Ciclos de Vida no Contexto da Atenção Primária à Saúde. Rio de Janeiro, 2017.
- INCA. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero – 2ª ed. rev. atual. – Rio de Janeiro: INCA, 2016.
- Ministério da Saúde (BR). Protocolos da Atenção Básica: Saúde das Mulheres. Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2016.
- Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle dos Cânceres do Colo do Útero e da Mama/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. 2ª ed. Brasília, DF: Editora do Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_canceres_colo_utero_2013.pdf